terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um conto sem ponto

Hoje fariam doze anos junto - pensou. Caramba... doze anos.. é praticamente a idade de um filho... poderia ser do meu sobrinho. Doze anos é uma vida. Como estaria a vida dele? Bom, já soubera q ele tinha uma filha, mas isso já faz mtos anos... ele deve tah casado ainda... afinal, ele era pra casar, ela q não era. E hoje seria um dia bacana pra presentea-lo e estivessem juntos, porque afinal... quem comemoraria doze anos de relacionamento com td essa loucura que anda o mundo? Isso seria digno de festa! Mas a gente só pensa assim pq tah separado - ela concluiu. É, mas o cliente chato não sai da sua mesa e ela fica imaginando se não tivesse terminado, se tivesse tentado. Ai Meu Deus, como eu sou burra - bateu com a palma da mão na testa e o chefe perguntou q aconteceu e ela disse q não foi nada q não havia salvado o arquivo.
 
E deu uma dorzinha no peito, pq imagina, foi seu primeiro amor, q coisa não? Primeiro namorado, primeiro cara q ela havia deixado se tocar e o primeiro cara q ela tocou tb. Essas coisas inéditas ficam gravadas. A gente esquece o cara q pegou na semana passada, mas o primeiro a gente reserva. Guarda num lugar do corpo pra ninguém encontrar. E o cliente não pára de reclamar... - Sim, senhor, eu te entendo, eu vou ver o q posso fazer. E ela pensou no q poderia fazer pra de repente vê-lo, nem q fosse de longe, nem q fosse numa tela do computador. Q loucura. Coisa de adolescente, beirando trinta anos e querendo saber por onde anda o primeiro namorado. Mas o q q tem? Não dá, nada, não é mesmo?
 
Sim, senhor, vou providenciar que a empresa lhe dê uma resposta. Como seria fácil se td na vida tivesse protocolo. Vc quer saber de alguém q não vê há anos e de repente a "Vida" lhe dá um protocolo dizendo q em 5 dias úteis vc receberá notícias. Q loucura. Mas as coisas não são taum simples assim. A gente não pode rasgar o coração de alguém e depois de doze anos fingir q não tem cicatriz de nada. Se fosse comigo, eu não fingiria.

Mas sabe como é a mosquinha da curiosidade. E tb o bicho papão do orgulho. Ela pensou em perguntar para aquele velho amigo pelo MSN, mas soaria mto blassè, coisa de pessoa nostálgica q tah arrependida pelo rumo q tocou na vida. No final do expediente esse fogo do passado apagou. Fez em silêncio uma oração, pedindo para q ele fosse feliz com quem quer q fosse, aonde estivesse. Bateu o ponto e foi para casa.

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