sábado, 18 de outubro de 2014

Eleições faca na bota

Das pessoas da minha timeline no facebook, acredito que devo ser uma das raríssimas que não se pronunciou sobre minha posição. Política merece ser discutida e não imposta. É nisso em que acredito. Sou a favor da liberdade de expressão, mas sou contra quem cospe opinião e pior: impõe-se e acha que é o correto na história.

Vivo em um estado democrático de direito. Meu país tem defeitos assim como seus governantes na maioria. Sou filha de uma geração de tucanos. Nunca tive um benefício do governo. Não estudei em escola pública, mas meus pais ralaram muito. Eles sentiram na pele a inflação. Eles viram o Collor congelar a poupança. Eles contribuíram muito com o INSS para hj ter uma vergonha de aposentadoria. A formação que eu possuo é por esforço deles, nadando muitas vezes contra toda essa loucura da economia.

Agora é a minha vez. Sou responsável pelas escolhas da minha vida particular tb política. Votei na Luciana Genro. Piadinhas à parte que eu fiz na timeline para descontrair, eu a escolhi pelo discurso. Simplesmente não dá pra dizer que saúde é menos importante q educação e que a proteção às minorias é menos do que segurança. O que me preocupa no país é a formação de cidadãos.

Um candidato homofóbico não me representa, assim como um fanático religioso tb. Política não se faz com sangue nos olhos. Hj não tenho as regalias tucanas. Minha casa adquiri por meio do programa habitacional do governo estadual. Eu frequento o posto de saúde do meu bairro. Aprendi a ter outro olhar. E nesse momento não consigo me decidir em quem votar.

Como escolher um candidato que pode acabar com as bolsas de estudos de pós-graduandos? Como posso votar em um candidato que indiretamente apóia a Guerra da Síria? É certo votar em branco ou nulo? É falta de opinião? Ou é a minha opinião sobre a falta de opção?

Sou brasileira e tenho o dever de votar. Entre Dilmas e Aécios espero que ao menos as amizades que possuo não fiquem abaladas. Pra mim não importa em quem vc  vote. Defendo e cito Voltaire: "Posso não concordar contigo, mas defendo até o final o teu direito de se manifestar". Por enquanto vou exercer a minha cidadania, que é ser primeira mesária. Chegar às sete da manhã de um domingo de sol, já que muitos estarão na piscina, no churrasquinho, arrotando discursos neo burgueses e super populistas.