segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quase 30

Quase 30, quase lá. Quase a próxima da fila. Ter 29 é ter a última chance na casa dos 20, mas com o peso de Balzac. Nada demais ou seria td de menos?

Quase 30 é o pezinho na velhice, é qdo te chamam de senhora e vc diz: - Mas já??? Te perguntam qtos filhos vc tem, mas seu lado mãe é uma bela adormecida.

Quase 30 é vc se preparar para os inconvenientes, é usar creme anti-sinais, filtro solar tds os dias e assumir  que balada td final de semana te quebra ao meio.

Ter quase 30 é achar Justin Bieber um saco, não ver graça no Restart, contudo, entretanto, todavia, bater mto cabelo dançando Lady Gaga.

Ter quase 30 te lembra q vc não precisa pedir pra tua mãe pra sair, q vc tem direito à um dia de beleza ou um Dolce Far Niente*.

Ter quase 30 te isenta de algumas culpas. Td bem ir num cinema na segunda, pagar dez pila numa cerveja importada e passar o cartão de crédito sem dó.

Ter quase 30 me alegra pq eu quase me esqueci q minha idade não se conta em dezenas e sim por quantos sorrisos q minha alma já teve.


(*) Do italiano Dolce far niente, deve ser traduzido como doce fazer nada, isto é, o ócio prazeroso e relaxante.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Amizades q salvam


Preciso urgentemente de pessoas q me inspirem. Pessoas com conteúdo, gente q fala coisa com coisa, ser humano q acrescenta em vez de diminuir. Mas hj em dia isso é raro. Somos bombardeados por tanto baboseira, por tanta notícia q se vc reparar mto bem vai notar o quão repetitivos somos. A notícia q passa na Band é a mesma q vc vai ver no SBT, mas a Globo vai dar um jeito de mostrar alguma parte inédita. Se é difícil contar a mesma história em três horários diferentes, q dirá encontrar alguém bacana q só vai te acrescentar.

Tenho amigos q são pessoas q tem janelas próprias. Qdo nos encontramos sei q vai rolar uma novidade. Sei q vão me fazer olhar para o mundo de outro jeito, ainda q o objeto seja o mesmo. Vão me ensinar novas interpretações. Talvez a graça seja essa. Redescobrir o mundo várias vezes sob mtos prismas.

Domingo visitei um abrigo para crianças com necessidades especiais. Não tem como não ficar impressionado em ver tanto jovem com deficiência mental grave e motora. Impossível não se emocionar com o drama vivido antes de encontrar esse lar que cuida tão bem deles. Fiquei pensando na humanidade (q ultimamente só tem me decepcionado), não parava de martelar a cabeça em descobrir como alguém consegue ter a coragem de abusar de um ser mais fraco justamente pela sua incapacidade de defender-se.

Não satisfeita e com mta sorte, minha prof de Jornalismo, Claudia estava on line no mesmo dia em q isso td me arrebatava. Fiquei feliz pq a Clau é uma pessoa atéia e eu precisa de uma resposta plausível, externa, diferente para td isso. Não acredito q seja culpa de Deus, afinal, Deus é a sabedoria pura, nós q não conseguimos entender nada. E ela foi me iluminando de um jeito fui me conformando com a loucura q é esse mundo. Aliviou-me ter contato, ainda q on line, com uma pessoa q me inspira e não me permite ficar deitada no sofá com a boca escancarada cheia de dentes assim como Raul Seixas disse.

Eu posso ficar ficar sem dinheiro (só por um tempo), posso me virar com roupas velhas, posso cortar uma das refeições, mas ficar, sem gente inteligente por perto, isso sim me causa desespero.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um conto sem ponto

Hoje fariam doze anos junto - pensou. Caramba... doze anos.. é praticamente a idade de um filho... poderia ser do meu sobrinho. Doze anos é uma vida. Como estaria a vida dele? Bom, já soubera q ele tinha uma filha, mas isso já faz mtos anos... ele deve tah casado ainda... afinal, ele era pra casar, ela q não era. E hoje seria um dia bacana pra presentea-lo e estivessem juntos, porque afinal... quem comemoraria doze anos de relacionamento com td essa loucura que anda o mundo? Isso seria digno de festa! Mas a gente só pensa assim pq tah separado - ela concluiu. É, mas o cliente chato não sai da sua mesa e ela fica imaginando se não tivesse terminado, se tivesse tentado. Ai Meu Deus, como eu sou burra - bateu com a palma da mão na testa e o chefe perguntou q aconteceu e ela disse q não foi nada q não havia salvado o arquivo.
 
E deu uma dorzinha no peito, pq imagina, foi seu primeiro amor, q coisa não? Primeiro namorado, primeiro cara q ela havia deixado se tocar e o primeiro cara q ela tocou tb. Essas coisas inéditas ficam gravadas. A gente esquece o cara q pegou na semana passada, mas o primeiro a gente reserva. Guarda num lugar do corpo pra ninguém encontrar. E o cliente não pára de reclamar... - Sim, senhor, eu te entendo, eu vou ver o q posso fazer. E ela pensou no q poderia fazer pra de repente vê-lo, nem q fosse de longe, nem q fosse numa tela do computador. Q loucura. Coisa de adolescente, beirando trinta anos e querendo saber por onde anda o primeiro namorado. Mas o q q tem? Não dá, nada, não é mesmo?
 
Sim, senhor, vou providenciar que a empresa lhe dê uma resposta. Como seria fácil se td na vida tivesse protocolo. Vc quer saber de alguém q não vê há anos e de repente a "Vida" lhe dá um protocolo dizendo q em 5 dias úteis vc receberá notícias. Q loucura. Mas as coisas não são taum simples assim. A gente não pode rasgar o coração de alguém e depois de doze anos fingir q não tem cicatriz de nada. Se fosse comigo, eu não fingiria.

Mas sabe como é a mosquinha da curiosidade. E tb o bicho papão do orgulho. Ela pensou em perguntar para aquele velho amigo pelo MSN, mas soaria mto blassè, coisa de pessoa nostálgica q tah arrependida pelo rumo q tocou na vida. No final do expediente esse fogo do passado apagou. Fez em silêncio uma oração, pedindo para q ele fosse feliz com quem quer q fosse, aonde estivesse. Bateu o ponto e foi para casa.