sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Like diamonds in the sky




É preciso aprender a digerir. A parar de fuçar. A não desenterrar os mortos. A não reanimar os ossos e restos de sentimentos. Não, não querer voltar ao passado. Bastam as lembranças q batem e me arrebentam como as ondas enfrentam as pedras imóveis da praia.

Não é inveja. Não é isso. É algo que não tem nome. É uma mistura de perda e de saudade. Uma dor no peito. Um buraco que não sangra. É uma falta. É a história da minha vida passando por mim sem eu estar pra morrer. É a consciência batendo. É vc ver td q vc jogou fora e não ter como pegar de volta.

Finjo q sou adulta, finjo q ando e não olho pra trás, eu não posso olhar pra trás, afinal faz tanto tempo, tantos anos. É como se nada não existisse, como se nunca tivesse entrado na tua vida. No check-in or check-out.

Tudo tem uma razão de ser.

Precisa ter uma razão de ser.

Até as despedidas.

Q sirva a lição. Q seja como eclipses, aconteçam a cada cem anos.

Ninguém nos treina pra isso na vida.

Ninguém nos treina para quando o Amor acaba.


Não tem manual de primeiros socorros, nem livro de auto ajuda e nem conselho de mãe q nos faz passar por isso.


No Amor ninguém sai ileso.


Com o tempo a gente se costura. Tapa Buraco. Distraí-se. Raiva, lágrimas, lembranças. Td nessa ordem. Deixemos nas mãos do Sr. Tempo o trabalho sujo. Vamos nos recompondo, ao nosso modo, do jeito q dá.


Duro é qdo bate a saudade. Qdo vem tudo de uma vez só. Um gole em uma garrafa de dois litros. A gente baba e se engasga. Afoga. Quase se mata. Uma sede de notícia de anos de deserto. Anos sendo ermitão de um sentimento.


É nessa hora em que a gente se arrebenta. Se queima, se esfola. Às vezes é preciso um choque desses. Pq se ainda mexe é pq não estamos curados, não é mesmo? Vai que agora a ficha cai. Vai que agora a vida anda.


Não podemos nos arrepender. Arrependimentos travam a vida. O mundo não pára. O tempo não pára. Td se move ainda que estejamos no chão. Ainda que quebrados. Nada pára. A grande ordem do Universo é o movimento. Seguem-se dias e noites. Passam-se meses e se fecham anos. Fazemos aniversários. Declaramos imposto de renda. Vamos ao supermercado e aos poucos a vida segue, nem que seja arrastada.


Não tem como nadar contra.


Não há como escapar.


Às vezes sobreviver às tormentas é um castigo.


A gente não sabe o q fazer com essa história que acabou. Não cabe nas nossas gavetas. Não passa pela garganta.


Só sei que fica esse quadro em branco na nossa frente. Sem uma letra. Sem um titulo. Temos que criar uma história.


Vai passar. Semana q vem nem me lembrarei disso tudo. O Natal está aí. O Ano Novo baterá em minha porta, nos fogos de artifício, na minha taça de champanhe.


E eu vou superar. Eu vou ser sábia. Eu vou entender. Eu vou rezar. Vou enviar os melhores pensamentos. Vou querer que todos sejam felizes. Não haverá espaços pra saudades, rancores ou qualquer sentimento pequeno. Não mais.


Vou evoluir.

E vou lembrar. Sem dor, Com amor.

Sempre.