segunda-feira, 20 de junho de 2011

Voilà


Eu vivo adiando. Eu adio td. Protelo. Não sei chegar até o final. Existem duas coisas q eu amo e cheguei ao final. Foram meu curso de Inglês e minha faculdade de Jornalismo. Só. De resto eu me arrasto. Esse ano decidiu pôr um ponto final. Eu estava devendo minha monografia de Direito. E eu vou entregar. Chega de fantasmas do passado. Chega de lenga lenga. Não quero mais saber de ser perdedora. Pq é a velha história. Vc começa feliz, empolgada. Acontece algo no meio do caminho que te derruba. Desmotiva.

Eu, estranhamente sou assim. Seria um problema psicológico? Mental? Psíquico? Falta de algum suplemento alimentar? Não sei e não vou para divã nenhum. Só sei que desse ano não passaria. Eu iria terminar essa faculdade de Direito, pegar os dois diplomas, coloca-los na parede e decidir a vida. Um pouco tarde, mas decidir.

Minha vontade é de ter os dois ao mesmo tempo. Minha vontade é de ganhar dinheiro escrevendo. Mas poeta vive de amores, paixões e um pouco de absinto. Meus vinte anos já se passaram e eu tenho mtos carnês para pagar. Não é fácil, de repente, jogar td pro alto e acreditar em um sonho. Minha vida não é um filme de Hollywood.

Mas hoje, bateu em mim td q eu não gostaria q batesse. Mas a gente tem q ser realista. Tem q perceber que não adianta fugir de nada. E eu costumo fugir. Eu tenho mania de esconder. Esconder o papel do chocolate no guarda-roupa. Mania de mentir, principalmente para mim mesma. Hoje, acordei tão perdida, tão desiludida, que estou a pior companhia que alguém pode ter. Por agora, estou me odiando.

Protelar problemas tem suas conseqüências. E dói. O tempo não perdoa. O tempo na realidade não se importa muito contigo. Ele apenas cumpre o papel dele. Segue em frente. Nunca vi ponteiros marcarem o tempo pretérito. Eu deveria seguir esse exemplo.

Enquanto eu dirigia, pensei: se eu morresse hoje? Quais pendências eu deixaria? No trabalho, eu tenho algumas, mas nada q outra pessoa não pudesse resolver. Na minha família? Não sei. Acho q devo esse diploma pro meus pais, mas eles não se importam muito com a minha felicidade profissional, afinal, eu nunca correspondi com o sonho deles. Eu sou a frustração da família. Em minha própria casa? Acho que não. A mãe do meu querido cuidaria mto bem dele. Sinto pela minha dog, mas acho q meus pais cuidariam dela tb.

Mas a minha alma iria embora vazia. Manca de emoções. Falta sentir muita coisa. Falta eu me emocionar mais. Como eu me emocionei hj qdo uma cachorrinha da minha vizinha colocou suas patas sobre os meus ombros como se fosse uma pessoa dando um abraço. Aquilo me tocou. Gostaria de saber quais outras coisas me tocariam na vida.

Mas por hoje veio td isso à tona. Nada de poemas. Nada de firulas. Apenas uma sombra. Uma falta de fé em mim, mesmo com um pastor berrando na minha janela. Dá vontade de falar que Jesus não ta aqui, volta mais tarde. Essa noite, sou o desabafo. O mais profundo suspiro.