quarta-feira, 20 de junho de 2012

E como diria Vinícius de Moraes...


Hoje vou expor minha mágoa. Se for para a cura, que bom. Se não for, ao menos desabafei. E certamente irão me julgar, mas não ligo. Nesse mundo ninguém consegue agradar ninguém. Talvez seja essa a graça.

Meu digníssimo companheiro fez uma viagem no último final de semana. Motivo? Trabalho. Na volta, todo empolgado com as novidades ele me conta que nessa feira em que ele foi ele conheceu a Helen Ganzarolli. Sim, aquela mulher deslumbrante que já foi assistente de palco do apresentador Gugu e que trabalha no programa Silvio Santos. Não só ele como  toda a ala masculina tirou fotos com a dita cuja. Óbvio. Pergunta pra mim se eu visse o Reinaldo Gianichini se eu não pediria uma foto? Ahã-hã.

Acontece que ele postou uma foto do amigo com a morena. Pensei comigo: - Owww ao menos ele me respeitou, né? Porque no ano passado ele postou uma foto com a ex-BBB Talula. De biquíni. Corpo escultural. Uma mulher que não tem barriga, mas abdômen. Uns quatro gomos, eu acho. Não gostei, mas como me lembrei que ela tinha o Rodrigão, enfim, pensei que ela não seria tão burra de fazer a troca. E o apelido Rodrigão deveria ter um propósito. Hehehe.

De manhã, o sr. Digníssimo dito cujo postou a foto dele com a senhorita-olhos-azuis-irritantes com a legenda BOM DIA. Se eu contar pra vocês, o que passou dentro de mim, talvez pense que seja histeria, sacanagem ou coisa do tipo. Eu fiquei puta da vida. Pensa numa pessoa puta da vida. Pensa numa pessoa que cada vez que lia os comentários no face ia ficando cada vez mais puta da vida. E assim estou até a presente hora.

Ahhh mas só é uma foto.... Ahhh mas ela é artista. DANE-SE. Minhas razões ultrapassam tudo isso. Para começo de conversar eu não estou linkada como uma pessoa que tem relacionamento com esse indivíduo. Antes eu tinha, de repente “sumiu”. Na realidade “alguém” deu um delete ou end ali. Nem preciso dizer quem. Para fim de conversa o Sr. Tirei-foto-com-a-gostosa não tira fotos comigo para postar no face. E isso foi determinante para minha raiva.

Muita pretensão minha achar que eu merecia uma foto de bom dia. Foi como um cidadão comentou: “Com uma mulher dessas tem que ser bom dia mesmo”. É pra jogar a auto estima no lixo. Incrível como eu, mulher de verdade sim senhor, diante do mercado sanguinário dos relacionamentos, reconhecer que eu não tenho valor. Queria ver a Helen Ganzarolli vir aqui em casa, limpar chão, fazer comida e colocar a máquina pra bater sem reclamar de nada. Quero vê-la enfrentar fila de supermercado às 18h e disputar o pegador de pão com os velhinhos ensandecidos.

Eu não vou omitir que chorei. De decepção. De saber que ela, sim, tem preferência nas fotos do facebook. Chorei por me achar uma idiota em querer fazer um dia dos namorados com direito a velinhas sem que pra nenhum cara eu havia feito. Chorei porque pra eu chegar no topo da beleza eu nunca mais comeria farinha branca na minha vida ou teria que ganhar na Mega Sena e pedir a um cirurgião corrigir tudo o que Deus fez.

Realmente, Vinícius de Moraes estava correto: beleza é sim fundamental.





sábado, 16 de junho de 2012

Saudades tamanho Plus Size


Já é tarde, mas não muito tarde para escrever. Não adianta, sou notívaga, morcega, coruja. Bicho da noite. Só me reconheço quando entra a madrugada e todos os pensamentos e lembranças vem até a mim. Antes disso sou confusão, tontura. Emaranhado, nós após nós. Nada de claro ou de concreto, eu não me enxergo e me perco. Mas não, não, quando chega a noite.

Mas hj, agora, vou falar de saudades. Estou cheia, inundada de saudades. Saudades de coisas, pessoas e bichos. Saudades. Saudades do tamanho plus size. Saudades de gente que ainda dá tempo para ver, mas também de gente que está muito longe ou muito ocupada.

Nanna
Saudades eu também sinto de mim mesma. De quando eu era uma pessoa com mais tempo para mim. Saudades de quando eu era mais impulsiva, mais platônica, mais egoísta. Quando eu lia quando queria, dançava, cantava e escrevia. Quando eu era mais Nanna. Quando eu não abandonava as letras porque elas eram minhas melhores amigas.

Saudades de amigas. De gente que eu via todos os dias. Gente de colégio, de faculdade, gente da vida. Gente interessante, que cabia na minha história. O tempo passa e a gente se afasta e só depois se pergunta o porquê.

Saudades de cheiros de lugares, de sabores, de olhares. Saudades que me deixa triste, realizada e chorona. Saudades da Cibele, da Letícia, da Luluda, do Arnaldo e do Renato.

Saudades do frio do Paraná, dos dias em Minas Gerais, das areias de Santa Catarina, do sol do Rio de Janeiro.

Saudades do café da faculdade, de trocar uma idéia com a Ana Laura, de conversar com a Malu, de rir com o Purfa. Saudades de gente inteligente como a Cláudia Zwarg, Beth Bilange, Iuri. Saudades da vida de jornalista, de tv e de fotografia. De ler o novo e sentir o impacto.

Saudades das baladas rock’n’roll com a Isabela e Mariana. De festas e shows furados, de filmes alugados e outros que eu penso que somente nós vimos.

Saudades que assombram, que me lembra e me faz acreditar que eu experimentei porque o meu maior medo era morrer sem ter vivido.

Dá vontade de pegar todas essas pessoas, esses momentos, esses anos e abraçar, tudo de uma vez só e beijá-los um por um. Só para agradecer. Só para dizer que eu fui feliz e que hoje, de fora e já adulta posso dizer que foi tudo lindo.

Minha grande pergunta é: do que eu sentirei saudades daqui uns dez anos?