sábado, 16 de junho de 2012

Saudades tamanho Plus Size


Já é tarde, mas não muito tarde para escrever. Não adianta, sou notívaga, morcega, coruja. Bicho da noite. Só me reconheço quando entra a madrugada e todos os pensamentos e lembranças vem até a mim. Antes disso sou confusão, tontura. Emaranhado, nós após nós. Nada de claro ou de concreto, eu não me enxergo e me perco. Mas não, não, quando chega a noite.

Mas hj, agora, vou falar de saudades. Estou cheia, inundada de saudades. Saudades de coisas, pessoas e bichos. Saudades. Saudades do tamanho plus size. Saudades de gente que ainda dá tempo para ver, mas também de gente que está muito longe ou muito ocupada.

Nanna
Saudades eu também sinto de mim mesma. De quando eu era uma pessoa com mais tempo para mim. Saudades de quando eu era mais impulsiva, mais platônica, mais egoísta. Quando eu lia quando queria, dançava, cantava e escrevia. Quando eu era mais Nanna. Quando eu não abandonava as letras porque elas eram minhas melhores amigas.

Saudades de amigas. De gente que eu via todos os dias. Gente de colégio, de faculdade, gente da vida. Gente interessante, que cabia na minha história. O tempo passa e a gente se afasta e só depois se pergunta o porquê.

Saudades de cheiros de lugares, de sabores, de olhares. Saudades que me deixa triste, realizada e chorona. Saudades da Cibele, da Letícia, da Luluda, do Arnaldo e do Renato.

Saudades do frio do Paraná, dos dias em Minas Gerais, das areias de Santa Catarina, do sol do Rio de Janeiro.

Saudades do café da faculdade, de trocar uma idéia com a Ana Laura, de conversar com a Malu, de rir com o Purfa. Saudades de gente inteligente como a Cláudia Zwarg, Beth Bilange, Iuri. Saudades da vida de jornalista, de tv e de fotografia. De ler o novo e sentir o impacto.

Saudades das baladas rock’n’roll com a Isabela e Mariana. De festas e shows furados, de filmes alugados e outros que eu penso que somente nós vimos.

Saudades que assombram, que me lembra e me faz acreditar que eu experimentei porque o meu maior medo era morrer sem ter vivido.

Dá vontade de pegar todas essas pessoas, esses momentos, esses anos e abraçar, tudo de uma vez só e beijá-los um por um. Só para agradecer. Só para dizer que eu fui feliz e que hoje, de fora e já adulta posso dizer que foi tudo lindo.

Minha grande pergunta é: do que eu sentirei saudades daqui uns dez anos?

Nenhum comentário: