segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Tira a calça legging do rabo!!!


Eu não sou menina, Eu não sou menina, Eu não sou menina. Como Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, nego três vezes. Por mim, negaria umas mil. Justifico antes que alguém pense que a senhorinha a quem pertence o blog seja um travesti (nada contra, por favor).


Pois bem, queridos. Lá vou eu em mais uma missão "Encontrar uma roupa que sirva em mim". E mais uma vez a indústria da moda opera contra minha pessoa. Ainda não inventaram o tamanho J. J de Jamanta. Pra quem já usou manequim 38 e se vê usando um 44 tem q se desesperar mesmo.


Primeiro, começa a peregrinação. Sim, andar pelas ruas docentro da cidade (se vc for corajosa) ou enfrentar o Shopping (se vc tiver paciência). Vem a vendedora simpááááááática. De saltinho, maquiagem e usando um figurino do estabelecimento comercial. Pois bem,no meu caso, era uma bendita (ou seria maldita?) roupa pra passar o Ano Novo. Qualquer coisa, menos branco. Aih começa a odisséia de experimentar. Lá volta a mocinha com um monte de roupa do tipo"Rego de fora". E eu gentilmente, não-não-não. Algo mais fechadinho, por favor? E a mocinha mooointoooo simpática volta com o modelito "Peito de fora" e eu não-não-não eu tenho muito air-bag, Baby, se eu pôr um trem desses, aí q estufa de uma vez! E percebo q a paciência da mocinha está indo pro ralo e procuro ser a mais clara possível:


- Olha moça, não estou na minha melhor forma, não posso sair na rua com um pedaço de pano assim, entende? Quero algo que cubra o que sinceramente estou tentando esconder!


OK ok Ok, vcs vão falar que eu sou complicada demais. Não tiro razão. Como escolher roupa pra uma criatura que sai de casa usando uma rasteirinha que comprou no catálogo da Avon, uma calça jeans comprada na Riachuelo, uma blusa, fruto de aquisição em uma feirinha da calçada de Copacabana por uma bagatela de 20 pila, um óculos de sol daqueles à Brigitte Bardot comprado nas Lojas Americanas por R$ 14,99 e uma bolsa da Menina Vinil (sim, eu tenho estilo) que era motivo para as pessoas me pararem no Shopping pra saber como e onde eu comprei.


Parece que só os magros-bulímicos-anêmicos são titulares do direito de vestir. Já comecei a bolar uma campanha para sensibilizar a indústria fashion. Por favor, Yves Saint Laurent, Alexandre Herchcovitch, Donatella, Pierre Cardin, Giorgio Armani, Gianni Versace, agracie-nos com suas coleções e por favor, gastem um pouco mais de pano pra que possamos ser dignos de usar suas roupas. Sem mais, Grata!


sábado, 29 de dezembro de 2007

O amor usa Hawaianas e não sapatinho de crystal


Eu não acredito em contos de Fadas. Acredito em contos de foda. heheh.Explico. Não creio em príncipes e sapos. As mulheres esperam encontrar o príncipe, mas daí o Shrek pisa no seu pé. Ou há aquelas que simplesmente tem a esperança de beijar um sapo para surgir o príncipe na frente. É como vc tomar uma Antártica pra ver se aparece a Juliana Paes. Milagres não existem, queridos. Mania besta essa de achar q o amor chega, aparece ou nasce. Queridos, o amor na verdade ele arromba a porta da tua casa. Ele salta pela janela quando vc não está. O amor é como o ladrão. Ele não manda recado:

- Olhaaaa to passando aí dia 12 de abril de 2008, ok? Vai fazendo uma faxina, faz o chuverinho, prepara um café e a cinta-liga q eu to chegando!


Bah! Mas q cousa, tchê! Amor é igual parente q mora longe. Ele chega na tua casa, se instala. Furta tua privacidade. O amor te faz dormir no colchão.O amor pega o controle remoto e põe no canal q ele quer. É assim. E vc não reclama. Pior, tu acha o máximo. Pensa q está de férias, por mais q vc tenha q levantar as seis da matina. O amor te tira do regime. O amor faz vc tomar porre numa terça-feira. O amor deixa um cheiro no teu corpo q te faz voltar correndo pra casa. O amor te faz largar um emprego que vc sempre achou idiota, mas faltou amor pra vc jogar tudo pro alto. O amor não te respeita quando vc dá um não. Na realidade o amor não compreende um não. O amor fuça na tua bolsa e vc não se incomoda. O amor fura a fila do supermercado e tu não fica com vergonha. Se o amor falasse, ele não falaria - Gritaria. Pq o amor é escandaloso.


O amor é o irmão mais velho da paixão. Se vc cair nessa família vc está salvo. O amor não entende caos aéreo, sotaques e distâncias. Seu tamanho não permite q repare nesses detalhes da vida do homem. O amor finge q é burro pra ganhar vantagem. No final, ele sabe qual é a resposta certa pra pergunta que td mulher faz pra si mesma. Se "ele" é o cara certo. E o cara certo vai aparece na hora mais errada da tua vida, porque "ele" é que vai te salvar de tds os erros.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Lamentavelmente, Feliz Natal

Não venham me pedir espírito natalino. Impossível. Eu preciso é de um empréstimo pq meu décimo terceiro não saiu do décimo. Explico. Essa mania de escravizar o brasileiro. Colocam pra gente receber uma parcela em Maio e outra em Dezembro. Quer dizer. Dá vontade de falar: - Então tá, vou pagar a primeira parcela da dívida e a outra fica pro ano q vem, ok? Ou melhor... Tu fala pra pessoa q tu vai presentear q a outra metade do presente vem em Maio. Ahh fora minha cesta Natal q veio em Outubro (????? Helloooooo????). Coisa de banco Chinês.

Em tempos natalinos tu não consegue andar na rua. Impossível. Parece que todas as pessoas freaks saem de casa. Impressionante. Daí tu promete pra ti mesmo. "Vou pagar minhas contas. Vou quitar o cartão de crédito.Vou pagar o IPTU e o IPVA". Rá! Pura ilusão. Esse dinheirinho meu querido, vai pro buraco do teu dente. Pipocam aquelas despesas que Meu Deus do Céu não sei da onde tiram tanto amigo oculto. Depois vem as doações. Ligam na tua casa, passam no teu trabalho e vc com medo da consciência pesar vai lá e dá um Dez pila aqui outro cinco pila lá... qdo vê... dava pra tu comprar aquela lembrancinha pra outra pessoa.

Sinceramente, estou me amarrando na cadeira. Minhas promessas de Ano Novo começam mesmo no finalzinho desse véio mesmo. Não quis ver a cor da minha restituição do Imposto de Renda e tratei de jogá-lo na poupança. Sim, é coisa de velho, mas é melhor do que eu gastar com bobeira. Os presentes estão contabilizados. Pai-Mãe-Lurdes-Amigo Oculto-Namorado. Não estamos mas em tempos de comprar presentes pra todos. E mais... os presentes comprei td em catálogo tb. Nada de sair na rua e passar raiva. Sou do tempo q Natal era data de reunir todos em casa e comer toda aquela comida cheia de "trekinhos" q eu não suporto... uva passa e cia ltda. O importante era ver aquele bando de primas, tios e avós juntos. Receber Papai Noel e prometer q nunca, nunca mais vou fazer xixi na cama.

Para vcs, meus queridos... um feliz (?!) Natal...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

The Police no Brasil


Quanto balbúrdio foi feito com a chegada do The Police. Lembro-me q a última grande cobertura foi com o U2. Nem o último show dos Rolling Stones em Copacabana deu tanto bochicho. Até a revista Caras reservou uma edição para o grupo do Mr. Sting.


Particularmente, Eu amo esse tipo de cobertura jornalística, porém, infelizmente, não pude acompanhar tds os veículos de comunicação, mas garanto que assisti ao show dos caras "alive" no Multishow. Maravilhas da tecnologia. Engraçado, não? Antes, se vc quizesse ir a um show de rock a coisa funcionava mais ou menos como o filme "Detroit Rock City" e "Febre da Juventude", onde os jovens saíam de suas cidades, geralmente parecidas com Big Field ou como Adriane fala "Buracópolis" e íam para as metrópoles (às vezes sem os pais saberem) com o fim de realizar o sonho de conhecer os seus ídolos, já que seus universos se limitavam a capa do vinil, revista e com muita sorte a televisão. Hoje, só faz isso quem tem dinheiro e quem é muito fã - tudo necessariamente nessa ordem.

Enfim, o último show do The Police foi em fevereiro de 1982 o que contabiliza os meus 4 meses de vida, logo, impossível eu ter qualquer lembrança. Entretanto, em uma conversa com minha grande super amiga Isa, falávamos que apesar de gostarmos tanto de rock, a imagem que temos do Sting é do cara tentando salvar a Amazônia junto com o índio Paiakan. Isso em uma época que nunca tínhamos ouvido falar em Aquecimento Global e sem contar que ser ecologista (nem existia o termo ambientalista) era coisa de gente louca ou alguém hippie perdido na era capitalista. O único perigo que conhecíamos erao Efeito Estufa e olhe lá. Hoje, penso que Mr. Sting deve olhar para nós e dizer:


- Eu já os havia alertados, you'r'bastards! ehehehe


Brincadeiras à parte, após 23 anos de hiato artístico, os caras voltam em grande estilo ou melhor, Mr. Sting volta após sua imersão em um vidro de formol porque pelo amor de Deus que história é essa do cara não envelhecer? E não me venham dizer q foi plástica ou é botox pq meus amigos, ele não tem cara de "Made in Taiwan". Ademais, nunca mais me esquecerei q o cara não abriu mão do baixo dele. Não adianta, qdo a pessoa tem atitude rock'n'roll, não abandona as origens. Ver Mr. Sting dedilhar seu baixo detonado foi tão orgástico quanto ouvir Every Breath you take.


- Hey, Mr. Sting, can I salve the world with you? ehehehe


*Detroit Rock City: Em 1978, quatro adolescentes embarcam numa louca aventura pelas estradas americanas rumo ao show de sua banda favorita, o KISS, na cidade de Detroit. Levados pela paixão pelo grupo de rock, nada poderá impedir o grupo de assistir o grandioso espetáculo. http://www.adorocinema.com/filmes/detroit-rock-city/detroit-rock-city.asp


*Febre da Juventude: Título original - I wanna hold your hand - 1978. Quatro meninas e dois rapazes farão de tudo para tentar encontrar os ídolos de suas vidas. O filme em si é bastante simples, mas tem a essência daquilo que os Beatles representaram para uma geração. http://www.natelona.com/videos.asp?id=11


* Paiakan: Paulinho Paiakan, 37 anos, cacique caiapó, era um símbolo da reserva ética que as matas tropicais escondiam. Pois Paiakan é acusado de estupro, acompanhado de tortura e tentativa de homicídio da estudante Silvia Letícia da Luz Ferreira, de 18 anos. http://veja.abril.com.br/30anos/p_089.html


* Aquecimento Global: É um fenômeno climático que estabelece o aumento da temperatura média da superfície terrestre. http://www.brasilescola.com/geografia/aquecimento-global.htm


* Efeito Estufa: O efeito estufa é o aquecimento da Terra em virtude da presença de certos gases na atmosfera. Esses gases permitem que a luz solar atinja a superfície terrestre, mas bloqueia e enviam de volta parte da radiação infravermelha (calor) irradiada pela Terra.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Eu odeio a Ana Hickman


Não, meus queridos, não é inveja pq ela é modelo. Muito menos pq é alta, linda e loira. "Odeio" a Ana Hickman, pois ela é o símbolo do furto de empregos que nós, jornalistas, tanto nos matamos para conseguir um. Vc estuda, passa no vestiba, fica quatro anos na facul. Aprende teoria e com mta sorte aprende prática. Daí vc se forma. Caí de pára-quedas no mercado de trabalho. Vem alguém, com mais beleza e Q.Indica e VAPUUU! Abocanha tua chance.


Óbvio q isso não começou com a loiruda. Porém, só nos tocamos que algo vai mal qdo acontece no nosso jardim. A evidência ficou maior a partir do momento q começou a campanha "Jornalista por Formação". E vos digo que não foi somente pq o trabalho do jornalista é casado com o comprometimento e com a ética que invocou tudo isso. Passa-se um bom tempo nos bancos acadêmicos ouvindo a história da Escola-Base, mas pouco se diz dos "artistas" que de repente viram apresentadores, fazem reportagens e matérias sem compreender como tudo funciona. Off-Sonora-Passagem. Aventurar-se numa ilha de edição. Tudo isso é demais para suas cabecinhas e não cabe em suas agendas.


Isso nos leva a concluir que para conseguir alguma coisa na televisão, devo fazer uma lipo, passar um tempo no spa, aderir medicina ortomolecular ao invés de ingressar na Universidade para adquirir conhecimento científico? Nota-se que as inversões de valores não tramitam somente nas famílias, mas também no mercado de trabalho. Agora vós me perguntais: Por que invocaste com a loira? e o Edu Guedes que também apresenta o programa? Aonde ele fica nessa história? Pois bem,vos respondo. Edu Guedes (ex-marido da Eliana, a senhora dos Dedinhos) é graduado em Economia, Administração, um ótimo cozinheiro e é claro, o genro que tua mãe sempre quis e tu pediu a Deus, mas ele se nega a lhe dar. Enfim, ELE PODE, NÉ? ehehehehe Com um currículo desses, lógico queo teu currículo de jornalista fica no chinelo.


Ana Hickman, DEVOLVA O MEU EMPREGO PQ EU QUERO TRABALHAR COM O EDU GUEDES!!! HAUAHUAHAUAH

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eu não quero fazer Update


A desculpa da tecnologia é que vc deve constantemente atualizar-se. Ser multi. Fazer mil coisas ao mesmo tempo. A saga da mulher polvo. Ficar on line, acessar o e-mail, ler os scraps do orkut, conferir o site de notícias da tua cidade, ler algum portal (Terra, UOl ou IG), escutar mp3, conversar no MSN e com alguma sorte lembrar o que vc ia fazer no computador.


Confesso que me cansei disso tudo. Não é stress digital, meus queridos, confesso que é pura falta de calor humano mesmo. Antes, o máximo de tecnologia era o telefone.Vc ligava pra amiga e ficava horas. No dia seguinte vc a encontrava na escola e ainda tinha assunto. A tv era chata. Salvava um desenho ou outro. Para mim, o telefone naum podia tocar quando eu assistia aos Cavaleiros do Zodíaco. A gente ia mais na casa das pessoas. Lembro q minha casa sempre tinha gente, como eu morava a uma quadra da escola era impossível o pessoal não ir pra lá depois da aula.


Aih vcs vêm e me falam que agora o Skype substitui o telefone e temos nos adequar aos novos tempos. Reconheço que para mim foi ótimo porque não gasto mais dinheiro com a BrasilTelecom, em contrapartida, não rola mais aquela ansiedade do "Será que vão me ligar?". O MSN enxugou todos os seus amigos numa caixa. Vc fala com uns cinco (ou mais para quem é polvo eheh) e não podemos dizer q isso é o máximo. Vc fica tanto tempo sem ver td mundo que qdo percebe q quase tds estão on line vc corre pra fazer a janelinha tremer. Mas mesmo assim, não substitui um café no final da tarde ou um chopp num findi.


Câmera digital é o máximo, convenhamos. Só de saber na hora q vc não fechou os olhos ou ficou horrorosa na foto é um milagre tecnológico. Porém, confesso que esperar uma hora pela revelação das fotos da praia era algo que me alegrava mto. A gente comprava um filme de 36 poses pra se esbaldar como se fosse muita coisa pra uma viagem só. E agora vc se toca que suas fotos não saem do computador. O seu álbum é aquele do orkut ou o fotolog que vc criou.


É...Saudades de muita coisa que não usamos mais. De ir ao correio pôr uma carta, de ir a uma loja de discos e ficar namorando um vinil. Saudades de esperar o aniversário ou o Natal. Saudades de ir a um show realmente bom de uma banda afuder. Saudades de esperar o filme estrear no cinema e principalmente, saudades de ser mais analógica do que digital.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

PEDE PRA SAIR!!!


Se até a revista Bravo! Comentou sobre o "Tropa de Elite", peço vênia tb para escrever. Não tenho a mínima intenção de fazer uma mega resenha pra competir com Sra. revista Veja e nem demais veículos de comunicação, longe de mim. Escrevo para uma mídia anarquista e logo aqui uso da minha liberdade como forma de expressão e me expresso com total liberdade a minha opinião (uau! gastei hein?).



Não fui ao cinema para assistir. Como boa anarquista (sei q o Rafael vai ter um colapso nervoso e como td Cientista Social ou Sociológo vai me dar uma gde aula sobre anarquismo) resolvi assistir o dvd pirata mesmo. Que me perdoe o Wagner Moura, mas meu bolso ultimamente não está podendo com o Cinemark e já não sou mais universitária pra pagar meia-entrada.

Agora todo mundo quer ser o Capitão Nascimento. O status que o filme lhe garantiu foi de o novo anti-herói. Uma coisa meio como o Leonardo do Memórias de um Sargento de Milícias, lembra? O importante é prestar atenção em como um cara tão real, tão cheio de defeitos caiu nas graças do brasileiro. Qdo eu entro no meu MSN o que eu mais vejo no espaço aonde as pessoas põe o nick são as frases : Pede pra sair! Vc é um viadinho... vi-a-di-nhuuu! Ou refrão da trilha sonora. Infelizmente quem conseguiu só captar essa parte do filme, me perdoe, mas ainda estão na camada superficial.


Se eu tivesse ido ao Cinemark, tivesse ficado sentadinha comendo minha pipoca com manteiga, curtindo o ar condicionado e os ácaros daquelas poltronas q nunca foram lavadas na vida, eu também acharia o máximo. Essa "burguesia" que pagou pra ver o filme é a mesma que o Capitão Nascimento condena. O buraco é muito mais embaixo. Devemos lembrar que o diretor do filme , José Padilha, também responsável pelo doc "Ônibus 174", não produziu "Tropa de Elite" pra criar um novo Macunaíma. Por mais banalizado que esteja a violência no Brasil ainda é assunto sério. Acontece que chegou nas raias do surrealismo, tanto que se torna belo qdo exposto na sétima arte. Não basta só violência nos jornais, na televisão e nas ruas. O Brasil está doente e um dos sintomas é achar que o "Tropa de Elite" mostra é algo normal ou como a propaganda do carro: "Tudo Bem". Não, meus queridos, não está tudo bem. Por isso, vos digo, antes que saiam cantarolando que vai pegar geral, por favor, façam um pouquinho de exame de consciência e procure captar nas nuances aonde reside o problema. Ainda assim... prefiro "Cidade de Deus"... sou mto mais "Dadinho ooo caralhooo porraaa, meu nome é Zé Pequeno". ehehehe.





terça-feira, 6 de novembro de 2007

Ninguém toca no meu Victoria's Fruity


Na boa... cada uma que me acontece. Panda no caos aéreo. Lá vai eu em mais uma viagem pra cumprir minha ponte aérea POA-CGR com escala em SP - GRU ou Guarulhos. Primeira viagem pela GOL. Sim, queridos eu nunca havia metido o pé na jaca da GOL. Mais de 40 minutos de atraso do vôo que a princípio vinha de Cuiabá, mais meia hora sobrevoando SP matando o tempo no ar na região de Bauru pq não haviam dado autorização para pousarmos, uma turbulênciazinha básica, mais o Comandante pedindo pra gente ter paciência pq vamus ficar mais vinte minutinhos no ar. - A tripulação pode ficar despreocupada pq temos combustível suficiente. Uau, agora sim me senti tranquila. Mais 50 minutos do lado da família Dó-Ré-Mi com a mãe que levou uma revistinha do Coquetel, sim, meus queridos, aquela com palavras cruzadas... - Como é mesmo o nome daquela cantora que o segundo nome é Carolina?- Ahhhh Ana... - responde o marido. Minha filha como eu é "direto" em inglês mesmo? - Straight, manhê!!!E eu lá tentando me tranquilizar rezando pra porra do avião da conexão não ter saído.


Finalmente qdo ponho as patinhas em Guarulhos a mocinha da GOL diz que vou embarcar no vôo internacional? como assim? Bahh como esses gaúchos são metidos, neh? Já se acham outro país mesmo.Td bem... só cruzar o aeroporto com meu saltinho inglesinho e passar pelo detector de metais... owowo como assim abre a necessaire? A moça - Tudo bem, é só o seu frasco de desodorante. Hãhã. O moço da Infraero ou sei lá q porra ele trabalha mandou eu jogar fora o desodorante ou o meu creme hidratante. Entendi q era um ou outro e falei - Ok, que se vá o desodorante.


- Não senhora, os dois.


- Como assim? Os dois? Tah loco? Jogar fora meu creme da Victoria's Fruity?


- Então volta lá no check-in da empresa e despacha com a bagagem ou joga fora. Pq esse vôo é internacional e o limite eh de 100 ml por frasco.


- Moço to indo pra Porto Alegre... vôo doméstico, entendeu?


- Esse vôo vai pra Montevidéu... insistiu o rapaz.


Panda voa pelo Aeroporto, invade o check-in da GOL na carudaaaaa e a mocinha já dando risada pedindo pra ficar com o creme.


- Olha moço, meu vôo tah saindo e eu naum vou jogar fora porra nenhuma meu creme da Victoria's Fruity! Esse moço da INFRAERO pensa q é quem? Tah doido? Jogar fora um creme desses? Sabe quanto custa?


Ok ok ok ele não sabe q eu moro perto do Paraguai e aki é mais barato. Mas vá ver quanto custa um creme desses naquelas lojinhas humildes do Aero. Tive a pachorra de perguntar quanto custava um gloss cor de boca pq simplesmente o meu tava acabando. A mulher queria me vender um por R$ 95,00. Fiz uma cara de assaltada e perguntei:


- Tu tah loca? Não quero trem de marca não, quero algo baratim. Bahh aki não vende Avon não?
-Ahh tem esse aqui por R$ 80,00 e parcelamos no cartão de crédito.


Na boa, minha querida, vou repetir, falei MAIS BARATO. Coisa simples. Deu vontade de falar q era pra passar na boca e não na Bu... Desisti. Se uma bolsa nessa loja custa Oitocentos pila, eu q tava perdendo meu tempo lá. Mas na boa, eu me estranhei nesse dia. Sempre preguei ser uma pessoa livre de materialismo, nunca liguei pra extravagâncias e de repente me vi lá quase jogando fora meu creme de essência de Plumeria. Quem diria, Nandra Laura versão Madame. O que o caos aéreo faz conosco.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007


As pessoas uma hora surtam, se cansam dessa vida medíocre. Uma hora vc acorda com um humor desgraçado e não sustenta dentro de si a idéia de atravessar a cidade para se fazer algo que não te dá mais tesão. Um momento a sinceridade chega. Tu vira e diz: EU NÃO GOSTO DE COMÉDIA ROMÂNTICA. E sente um alívio correr pela tua espinha e tua gastrite agradece um dia sem dor.


Vc não se revela, apenas para de ser o que queria q vc fosse. É isso. Decide que quem deve ser feliz em primeiro lugar é vc e não o vizinho, a mãe ou o homem que vc pensa q eu é o homem da tua vida. Aos poucos vc descobre que lucro não é rendimento na Bolsa de Valores, mas sim descobrir sozinha sua fórmula de felicidade sem recorrer a remedinhos, cartomante ou sessão de terapia.

domingo, 7 de outubro de 2007

Todos estão indo embora...


Todos foram embora. Cada um foi procurar seu rumo e encontrar com seu futuro. Todos diferentes mas de semelhante decisão. Por aqui não dá mais para ficar. Isa foi a primeira, se mudou para SP. Em seguida, Malu. Ela pegou sua gata Molly e se mudaram para Sampa. Já Rafael não suportou mais Sampa. Enquanto as gurias correm pra SP, Rafa correu de SP. Foi para Argentina no maior clima "aqui não dá mais".

Mari largou tudo por aqui e foi morar com seu namorado na Finlândia. Entre morar no cú do Judas e no buraco de Big Field, ela não pensou duas vezes. Silvinho trancou a faculdade e voltou pro Japão. Um ano de trabalho lá, economicamente falando, equivale a dez anos de trabalho na roça brasileira.

Larri se foi para o Canadá. Sonha com isso desde os tempos da faculdade. Agora
Big Field é tão distante para ele do que a Varsóvia é para mim. E as pessoas continuam indo embora, para cá não existe uma luz de esperança, só fio do desespero. Medo de virar vaca de presépio. Literalmente. Vc olha pela janela e vê a falsa sensação de que um dia isso aqui terá futuro, mas o futuro já chegou e vc ainda está patinando no mesmo lugar.

Patita pediu exoneração do cargo. Foi embora pra Curitiba. Antes o frio do Sul do que
o inferno do centro. Marquinho foi pra Portugal. Antes ser mão de obra estrangeira do que um assalariado brasileiro. Tem-se tão pouca opção e expectativas quase nulas de ser alguém por essas bandas. Quanto mais se paga imposto, menos se vê os resultados. Vc não tem um transporte digno, sua segurança é violada e a cada dia que passa, mais os ricos se promovem diante da tua miséria.

Minha vizinha mudou-se para a Espanha. Sem condições de trabalhar na sua área de formação em menosde uma semana conseguiu o que muitos brasileiros por aqui se estapeiam. Um emprego. Lógico, do outro lado do mundo. Mas conseguiu.

E todos estão indo embora. Agora só falta essa persona que vos escreve porque para mim não restará muita coisa por aqui a não ser os tucanos e jacarés. Adeus, vou embora pra Parságada.

sábado, 6 de outubro de 2007


Sábado é dia de francês. Acordar cedo para fazer biquinho ou fazer biquinho por acordar cedo. Se pela manhã mal tenho coordenação motora para alinhar a pasta de dente na escova, quem dirá para falar uma língua que se leva quatro anos para aprender. Porém, como a vontade é superior a adversidade, lá vou eu aprender a falar " eu gosto de formage", mesmo não gostando coisa alguma.


Minha aula, a priori, é na sala dos infernos, aonde para o ar condicionado ser ligado temos que enfrentar o corredor da morte. Subir as escadas e pedir gentilmente que a coordenação se lembre que a gente existe. O que compensa ficar naquela sala é a vista que se tem de Big Field. Vê-se os prédios e vê-se o verde. A professora canta "Ne me quitte Pas" e me lanço distante daqui, tão longe que vejo a Torre Eiffel ali, próximo à avenida que corta a cidade. Só volto a essa minha realidade quando a professora me pergunta:


- Nandra, Ameiz vous habitez Campo Grande?


Prontamente respondo:


- Non, Je n'aime pas habite Campo Grande...


São 11:50 e assim como finda minha aula, termina minha viagem a cidade da Luz. Au Revoir!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Big Field Roça City


Hj é mais um dia quente na metrópole de Big Field. Big Field, para quem não conhece, é Campo Grande, a Capital de Mato Grosso do Sul, aonde as pessoas insistem em chamar de Mato Grosso e nós, campograndenses, engrossamos o coro final: - Do Sul!!!


Aqui a alta taxa de mortalidade juvenil é devido ao tédio. Morre-se mais pela falta do que se fazer do que pela epidemia de Dengue como os jornais televisivos apontam. Big Field não fica no coração do país como gentilmente dizem os poetas locais. Big Field está num fosso mesmo. Encontra-se numa valeta.Os brasileiros acreditamque o Sertão é esquecido pelos governantes. Pois bem, em verdade vos digo, Big Field é esquecida pela nação. Se tiver que acontecer alguma coisa, culturalmente falando, esqueça. Isso jamais acontecerá por aqui.


Ok ok, todos nós sabemos que os grandes centros são Rio de Janeiro e São Paulo e depois afins como Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Porém, se até em Manaus o White Stripes já foi, o que custava dá um pulo no Pantanal?Ah... o Pantanal... essa parte alagada e mais fim do mundo por essas bandas. Juro que se o Estado do Mato Grossodo Sul mudar de nome pra Estado do Pantanal eu tenho um ataque histérico, rasgo minha certidão de nascimento e peço cidadania argentina.Mas enquanto o jacaré nada no Rio Paraguai, continuo vivendo nessa loucura de Capital, aonde numa baita terça-feira você não tem opção nenhuma de lazer e cultura. Amanhã é quarta e como toda cidade de fundo provinciana, é dia de feira e uma parte da massa dos cidadãos campograndenses vão comer o seu sobá, espetinho ou um pastel na primeira barraca de japonês que encontrar. Para a outra massa, resta ir ao nosso único shopping que está aqui para servir 700 mil habitantes com a promoção da batata recheada e meia-entrada no Cinemark.E depois vem me falar que isso aqui é o paraíso...

domingo, 19 de agosto de 2007


Acordou tarde em um domingo como todo domingo tende a ser tarde demais. E pôs no ouvido Joy Division porque queria ouvir a voz grave do Ian Curtis e ficou pensando como alguém pode se matar enforcado e não lhe tirou razão nenhuma. Pôs-se a dançar como ele para ver se conseguia expulsar o que lhe atormentava, foi uma luta em vão.
Por mais que eu queria ser salva, nunca estendia sua mão para aceitar ajuda. Quanto mais desejava ir embora, mas apertava as correntes dos seus pés. Oh, yeah, She’s lost control... Reflitiu se solidão mata, se pensamentos demais mata, se ácaros matam, se apatia mata, se uma bomba nuclear vai cair aqui, se ela se for se vão sentir sua falta, se está velha demais pra tudo isso, se é jovem demais para estar reclamando de tudo. E apertou seu cinto, pois a grana tah curta e sua calça está caindo. Sua franja está enorme e não vai cortar seu cabelo, ainda que a capa da revista mostre qual é o corte do momento. Olhou para o teto e pensou q hoje é um belo dia para cortar os pulsos, mas se lembrou q ele vai fazer 22 anos e não pode morrer antes de lhe desejar Felicidades nesse mundo de merda e nesse país miserável.

sábado, 11 de agosto de 2007

Manifesto Feminista


Hoje acordei com vontade de arrancar meus olhos. Comecei a analisar todos esses homens em seus ternos, onde enforcam seus medos nessas gravatas listradas. Homens de terno, porém, não ternos. Ainda quero arrancar os meus olhos. Talvez na realidade eu queira é arrancar meu terceiro olho. Já não bastasse ter nascido mulher. Sexto sentido, terceiro olho, intuição e cólica menstrual. Degradada filha de Eva. Castigada. Por causa da porcaria da maçã. Não a fruta propriamente dita. É a metáfora. Parece que não podemos experimentar nada. Por isso os codinomes galinha, sapatão, gorda, metida e frígida. A mulher não se pode dar ao luxo de dizer Não. Tem que ser e estar perfeita. Uma Vênus. Mas, no século XXI, uma Vênus de carteira assinada, corpo sarado, casa limpa, cabelo escovado, unhas feitas, não ter TPM, um belo marido, filhos educados e o tempo administrado.


Agora sinta a realidade: Você não entra na tua calça jeans predileta. Morre de vontade de comer toda a praça de alimentação do shopping. Contrai um monte de contas. Quando tem um namorado, não entende como ele pode gostar de você. Quanto não tem um namorado, se tortura porque nenhum homem te querer. Os hormônios são os seus grandes inimigos, quer dizer, depois das ex-namoradas e barangas que dão em cima do seu namorado. Sua mãe não te suporta mais em casa porque você já passou dos vinte anos, terminou a faculdade e rala feito doida no emprego que você está. Ah! Esqueci-me, falta crédito no teu celular, a bateria está acabando e o carro está com a gasolina na reserva.


E os homens não nos querem neuróticas, depressivas ou ansiosas. IM-POS-SÍ-VEL. Temos complexo de Atlas, carregamos o mundo nas costas. Até problema de amiga tentamos resolver. Por enquanto não sei o que é pior: ser mulher na Grécia Antiga ou ser mulher no século XXI. Alguém pode me explicar? Além de tudo isso, temos que ser finas. Polidas. Mascaramos nossas dores com lápis preto no olho e rímel à prova de água. Engolimos sapos, elefantes, jamantas. Porém, o chefe, família, namorado e estranhos podem soltar farpas e vir com sete pedras nas mãos. E nós? Se gritamos, somos taxadas de histéricas. Se batemos tão forte quanto um lutador de jiu-jitsu, somos mulher-macho. Acredito que a solução dos nossos problemas é andar com um spray de pimenta na bolsa. É mais elegante. Ou com uma lata de inseticida mesmo, acredito que o efeito seja melhor.


O pior de tudo é o tal do princípio da Igualdade. Tudo por causa daquela louca que queimou o sutiã em praça pública. Aposto que tinha levado um belo par de chifres do namorado e acordou menstruada, porque não é possível tanta loucura num dia só. O resto da mulherada deve ter achado o máximo. Vai ver que o sutiã da guria tava apertado e pronto, quis se livrar. Porém, os homens compreenderam que se queremos os mesmos direitos, temos que levantar peso como eles, como se isso fosse o significado de Igualdade. O conteúdo do nosso pedido de habeas corpus reside na independência que almejávamos. Sabe o direito de ir e vir? Um happy hour com as amigas? A desobrigatoriedade de ficar linda vinte e quatro horas? Éramos isso que buscávamos. Especialmente mulheres que não se consideravam tão prendadas ou não apreciavam o tricô, crochê e fogão como nossas avós um dia fora mestras.


O que restou para os dias atuais? Índices. Mulheres sustentam o lar. Divórcios. Produção independente. Remédios para sair da fossa, pílulas para emagrecer e drogas para dormir. Queremos salvar o mundo, mas também queremos nossa casa no campo com filhos, amigos e discos... E nada mais.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Chegadas e Partidas



*Para ler ouvindo Maria Rita - Encontros e Despedidas


Agora é melhor eu subir, eu ir, pegar esse trem e ir embora porque o relógio diz que essa não é a nossa hora de dizer: - Volta!

Faz muito tempo, eu sei. Se fosse Presente seria o que? Uns oito anos? Sim, eu realmente tenho que ir, faltam vinte minutos para minha aula de Francês e já faltei demais. É verdade, tomei coragem, agora falo Francês, No, je ne regret rien... não, nada demais. E vc? Que barba é essa? Virou stanilista? brincadeira...tu tinha cara de guri da última vez que nos vimos. Era calça jeans e tênis e agora te vejo de sapato e terno. É tão estranho. Pois é, ainda escuto Cazuza e você passou da fase rock'n'roll? Ok, vou-me. Hey, espere! E essa aliança no seu dedo? Desde quando? Ah sim! Compreendo. Fico feliz! Não, não. Estou legal. Já faz 4 anos que estamos juntos, morando e tudo mais... não, ele não ouve Johnny Clash e nem usa xadrez. Ah... compreendo. Ela odeio sushi e não toma café.

Tudo bem, mas eu preciso ir - Eu falei. E ele disse: Que foi bom me ver e eu menti de volta: - Foi mesmo! Mas eu precisava voltar porque a realidade me espera no sofá de casa e saltei no primeiro vagão mesmo não sendo o meu e eu só queria partir da sua vida. De novo.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Panda na área!


Reunião de Pauta e Parceiras via MSN. Ovelha, Girafa e Panda - Ana Laura, Maria Luíza e Nandra Laura - respectivamente e virtualmente - chate(i)am-se. Como sempre, Ana descobre sites bacanas. Não sei da onde ela consegue coisas tão legais. Ana deveria trabalhar na Mtv como indicadora pro Ya Dog! Mtv vcs estão perdendo essa guria!!!! Volvendo... Ana reuniu o Zoo na net e descobriu q sim, podemos adotar não esses bichins esquisitos virtuais, mas nossos próprios!!! Foi a realização da trupe! Meus olhos encheram de lágrimas quando descobri que o meu panda pode comer Bambu!!! Morram de inveja! Para conseguir tal proeza é só clicar no "more" e arrastar o Bambu para mim eheheh desde já agradeço.
Por hoy es solo!


sábado, 7 de julho de 2007

O Dia em que Descobri que tinha uma prima EMO..


Adolescente vive de fases e cada um busca um grupo com o qual se identifica mais para interagir. Na minha época, os grupos eram restritos. Existiam as “Patricinhas”, os “Baileiros” e os “Nerds”. As “Pattys” usavam roupas de marca, viviam arrumadas e iam a boates. Os “Baileiros” eram aqueles que ouviam música sertaneja e faziam questão de andar no estilo country; já os “Nerds” eram os excluídos e os esquisitos da turma. Hoje em dia, ser “Nerd” é ser inteligente. Eu cresci e muitos adolescentes tiveram novas fases: metal, skatista e por aí vai... a última do momento é ser EMO.

EMO é denominação de jovem “sensível’, ou seja, aquele que não reprime suas EMOções. São meninos que choram no meio do shopping porque de repente bateu uma tristeza. E suas amigas EMOS o consolam enquanto os meninos que não são EMOS assistem a tudo indignados com tanta “sensibilidade” à flor da pele



EMOS pintam os olhos de lápis preto, ouvem as músicas de bandas como Simple Plan, usam roupa preta e uma franja gigante que lhe cobre um dos olhos e pasme! Os meninos formam uma “rodinha” para beijar uns aos outros e acreditam que estão experimentando e não exercitando um comportamento homossexual. O mesmo vale para as meninas.

E no meio desse caos descobri que tenho uma prima EMO. Fiquei assustada, porém como toda jornalista que se preze fui apurar os fatos. Sim, ela ouve Simple Plan. Sim, ela usa roupa preta e sim, seus amigos ficam com meninos. Oh-Oh. Questionei à ela, uma guria de 13 anos de idade:

- Vc acha normal um menino ficar hoje com uma guria e amanhã com um guri? Isso não te dá um nó na cabeça?
E o que ganho de resposta?
- Se todas as pessoas ficassem com pessoas do mesmo sexo, no mundo, não existiria preconceito sexual.

Tive um ataque epilético na cadeira. Então quer dizer que eu, Nandra Laura, heterossexual convicta, tenho que ficar com uma mulher para que o preconceito sexual não exista? Abandonei minha imparcialidade e tratei de abrir os linhos olhinhos nipônicos de minha prima:

- Se todos ficassem com as pessoas do mesmo sexo para que houvesse paz entre os gêneros, então não haveria várias religiões, mas uma só já que todas pregam a mesma coisa que é rezar para um só Deus. Vamus fazer o seguinte, daqui por diante ou todo mundo é católico, mulçumano, evangélico ou espírita. Nada de opções para ninguém!

Pronto! Dei um nó na cabeça da garotinha. A graça da vida não está em uniformizar, mas em respeitar as diferenças alheias. É aprender a tolerar e não brincar com o sentimento alheio porque uma hora os seus amiguinhos terão que se decidir se brincarão de boneca ou de carrinho[1], já que a adolescência não dura a vida inteira.
Esses dias debutei em minha primeira festa EMO. Foi o aniversário dessa prima e por mais EMO que seja, em primeiro lugar vem a família.
- Prima, abra o presente e veja se vc vai gostar.
- Não acredito! O DVD do Simple Plan!!!

[1] Brincar de boneca ou de carrinho: escolher ser hetero ou homo.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Madè

Acordei com um humor péssimo. É o terceiro dia em que estou atacada do transtorno bipolar. Não estou eufórica e nem depressiva. Estou ansiosa. Uma vontade de sair atirando em td mundo na rua. Típico dia de Fúria.

Sem paciência para pessoas mal-educadas, sonolenta demais e aborrecida. Sim, estou tomando os remédios certinho. Ontem, por exemplo, tomei minuciosamente como o médico havia me recomendado (coisa que fiz pela primeira vez desde q ele mandou iniciar o tratamento com medicação nova, leia-se Março/2007). Depois do jantar, às sete, ingeri as droginhas lícitas e quando eram nove da noite estava eu babando no colo do meu namorado. Despertei hj, às oito da manhã, tão mal-humorada como se eu tivesse dormido às uma da manhã. Vai entender.

Tudo o que eu queria era que um meteoro caísse em Campo Grande, mas nada. Nem um sinal de poeira cósmica, só essa umidade do ar tri baixa horrorosa por sinal de fazer qualquer nariz sangrar. Saquei o jornal Correio do Estado que estava ao lado da poltrona da sala e pulei direto para o caderno B apesar de cultura naum ser uma coisa mto forte por essas cercanias.

Como sempre, Rafael Maldonado, curador do MIS (Museu da Imagem e do Som), tratou de atualizar –se e trouxe a Profª Dr.ª Maria Adélia Menegazzo para uma palestra sobre Arte Contemporânea. A professora foi à última Bienal de Veneza e Documenta de Kassel. Uma coisa é vc ler na revista Bravo! e se interar com as críticas acerca do tema ou até mesmo notícias. Se vc gosta de arte, acaba se satisfazendo com o que lhe é transmitido pela mídia. Outra coisa é vc conversar com quem foi e pode viver atmosfera do lugar e se impressionar com cada expressão de arte e relatar minuciosidades dispensadas pelos jornalistas.

Maria Adélia Menegazzo salvou meu dia e minha noite. Após nove anos nos bancos acadêmicos ficar em casa durante à noite tornou-se um martírio. Ligar a televisão nem pensar. Leio um livro ou uma revista. Saio para passear com a Baby. Repito: Não há mtas opções de cultura por aki. De repente, saber que alguém pode sair do meio do mato para ir à Veneza se embriagar de arte, me deu um sopro de esperança.

Emocionei-me tanto que me transportei mediante todas as fotos ilustradas. Visitei as salas pelas quais Menegazzo passou. Chorei quando ela narrou a história da artista francesa Sophie Calle. A “queridinha” dos franceses, recebeu duas ligações em 2006, uma convidando-a para participar da exposição e outra ligação, vinda do hospital em que sua mãe estava internada, informando-a q a mesma contava com apenas um mês de vida. Calle abre a exposição contando essa história e termina dizendo que sua mãe havia falado que não estaria lá para vê-la e Calle disse: - Ela está aqui. Não precisei ir até Veneza para me debulhar em lágrimas e sentir toda a emoção de uma mesma pessoa que viajou horas para se encontrar com esse mesmo arrepio na espinha.

Voltei para minha casa satisfeita como há dias naum me encontrava. Animada, como há semanas não me sentia e talvez, um pouco melhor. A droga que eu precisava não era as bolinhas que tomo todos os dias para dormir. A minha ansiedade, ou o que eu pedia, era uma remédio para a alma, uma pílula para o meu espírito.
Merci, Madè.