Eu nunca fui de ter preconceito. Sério. Desde criança. Na realidade nunca suportei ver pessoas excluídas. Na escola, se alguém era motivo de chacota eu me aproximava da pessoa e nascia uma amizade. Eu contava pra turma q não era mto bem assim e no final tds éramos amigos.
Mas a gente cresce. Eu nunca mudei nesse sentido. Converso com qualquer ser humano. Acontece q na véspera de Natal eu conheci uma pessoa bem bacana chamada Kelly.
Kelly é um(a) travesti. Não sei seu nome de batismo e na verdade não me preocupo em saber pq o q vale é como ela mesma de intitula. Quem sou eu para descordar? Kelly e eu descobrimos mais coisas em comum do q imaginávamos.
Somos apaixonadas pelos nossos gaúchos e sim provocamos briguinhas pq não acreditamos numa relação perfeita. Só mel não vale. Tem q ter stress e fazer as pazes. Kelly me contou que ficou 6 meses em Santa Cruz de la Sierra (na Bolívia) dando close.
- Como? – Indaguei ingenuamente. Dar close? Traduzindo: Fazendo Nada. Acontece q travestis não fazem nada. Dão close. Fazem pose. Exibem-se. E eu adorei. Tem coisa mais bacana do q inventar palavras? Expressões? Quer outra? Bater o cabelo. Ela brigou com não sei quem e bateu o cabelo.
Eu não me choco. Sério. Dou risada. Não de deboche, longe de mim. Imagina, vc dar a cara à tapa para a sociedade, pagar um preço salgado pra vc provar q veio no corpo errado enquanto tua alma diz q vc não é João, mas Maria. O q fazer? Quer um conselho? Vai dar um close!