terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

À Kelly, com carinho

Eu nunca fui de ter preconceito. Sério. Desde criança. Na realidade nunca suportei ver pessoas excluídas. Na escola, se alguém era motivo de chacota eu me aproximava da pessoa e nascia uma amizade. Eu contava pra turma q não era mto bem assim e no final tds éramos amigos.

Mas a gente cresce. Eu nunca mudei nesse sentido. Converso com qualquer ser humano. Acontece q na véspera de Natal eu conheci uma pessoa bem bacana chamada Kelly.

Kelly é um(a) travesti. Não sei seu nome de batismo e na verdade não me preocupo em saber pq o q vale é como ela mesma de intitula. Quem sou eu para descordar? Kelly e eu descobrimos mais coisas em comum do q imaginávamos.

Somos apaixonadas pelos nossos gaúchos e sim provocamos briguinhas pq não acreditamos numa relação perfeita. Só mel não vale. Tem q ter stress e fazer as pazes. Kelly me contou que ficou 6 meses em Santa Cruz de la Sierra (na Bolívia) dando close.

- Como? – Indaguei ingenuamente. Dar close? Traduzindo: Fazendo Nada. Acontece q travestis não fazem nada. Dão close. Fazem pose. Exibem-se. E eu adorei. Tem coisa mais bacana do q inventar palavras? Expressões? Quer outra? Bater o cabelo. Ela brigou com não sei quem e bateu o cabelo.

Eu não me choco. Sério. Dou risada. Não de deboche, longe de mim. Imagina, vc dar a cara à tapa para a sociedade, pagar um preço salgado pra vc provar q veio no corpo errado enquanto tua alma diz q vc não é João, mas Maria. O q fazer? Quer um conselho? Vai dar um close!