segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Amor de Vizinho





Sempre morei em casa. No centro da cidade. Bem na selva de pedras. Carros, buzinas e barulho. Só na infância tive amigos da rua, depois de um pouco mais crescida não mais. Pra não dizer que eu não tinha amigos, restou o Rubens q morava na rua do lado e o Daniel que morava no bairro próximo. Éramos os 3. Daí a gente cresce, muda de escola e se distancia.

Pra piorar sou filha única por parte de pai e caçula por parte de mãe. Então, pra brincar só com as primas e as amigas da escola. Quando eu era criança eu tinha inveja de quem morava em bairro. Eu via as primas brincando na rua e eu morava numa avenida hiper movimentada. Pedia para os meus pais para eu mudar de casa, só para ter mais amigos. Meu sonho era ser uma criança da rua e não “de rua”.

Agora eu consegui ter a minha casa. Digo, apartamento. E é em um bairro. Qdo ficamos adultos acontece aquela coisa de vc se fechar. E tb esquecer que vc era doida para ter mais amigos pertos, vizinhos. Precisou acontecer uma tragédia pessoal para que eu ganhasse amigos.

Eu não sei o q seria de mim sem os meus vizinhos. Sem aquela pessoa q bate na tua porta mesmo a casa uma zona e a pia transbordando de louça. É tanta intimidade que não me sinto constrangida. Justo eu que não bato, não ligo antes de visitar, eles me ensinaram que não pode ter frescuras com eles. Sou eu na versão mais crua e bruta possível.

Assisto tv na casa deles. Tomamos tereré. Sentamos em frente ao bloco pra tomar cerveja. Eles vem me ver. A vizinha de cima além de dividir a internet bate na minha porta para q eu mate as baratas que venham aparecer. A vizinha da frente me liga pedindo pra ajudar a abrir uma garrafa de vinho. Tenho vizinhos que me dão remédio pra dor de cabeça quando estou de ressaca. Por essas e outras eu descobri que eles são como anjos da guarda.

Em tempos de facebook, de gente que mais olha no celular do que nos olhos, ter eles por perto é uma benção.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Like diamonds in the sky




É preciso aprender a digerir. A parar de fuçar. A não desenterrar os mortos. A não reanimar os ossos e restos de sentimentos. Não, não querer voltar ao passado. Bastam as lembranças q batem e me arrebentam como as ondas enfrentam as pedras imóveis da praia.

Não é inveja. Não é isso. É algo que não tem nome. É uma mistura de perda e de saudade. Uma dor no peito. Um buraco que não sangra. É uma falta. É a história da minha vida passando por mim sem eu estar pra morrer. É a consciência batendo. É vc ver td q vc jogou fora e não ter como pegar de volta.

Finjo q sou adulta, finjo q ando e não olho pra trás, eu não posso olhar pra trás, afinal faz tanto tempo, tantos anos. É como se nada não existisse, como se nunca tivesse entrado na tua vida. No check-in or check-out.

Tudo tem uma razão de ser.

Precisa ter uma razão de ser.

Até as despedidas.

Q sirva a lição. Q seja como eclipses, aconteçam a cada cem anos.

Ninguém nos treina pra isso na vida.

Ninguém nos treina para quando o Amor acaba.


Não tem manual de primeiros socorros, nem livro de auto ajuda e nem conselho de mãe q nos faz passar por isso.


No Amor ninguém sai ileso.


Com o tempo a gente se costura. Tapa Buraco. Distraí-se. Raiva, lágrimas, lembranças. Td nessa ordem. Deixemos nas mãos do Sr. Tempo o trabalho sujo. Vamos nos recompondo, ao nosso modo, do jeito q dá.


Duro é qdo bate a saudade. Qdo vem tudo de uma vez só. Um gole em uma garrafa de dois litros. A gente baba e se engasga. Afoga. Quase se mata. Uma sede de notícia de anos de deserto. Anos sendo ermitão de um sentimento.


É nessa hora em que a gente se arrebenta. Se queima, se esfola. Às vezes é preciso um choque desses. Pq se ainda mexe é pq não estamos curados, não é mesmo? Vai que agora a ficha cai. Vai que agora a vida anda.


Não podemos nos arrepender. Arrependimentos travam a vida. O mundo não pára. O tempo não pára. Td se move ainda que estejamos no chão. Ainda que quebrados. Nada pára. A grande ordem do Universo é o movimento. Seguem-se dias e noites. Passam-se meses e se fecham anos. Fazemos aniversários. Declaramos imposto de renda. Vamos ao supermercado e aos poucos a vida segue, nem que seja arrastada.


Não tem como nadar contra.


Não há como escapar.


Às vezes sobreviver às tormentas é um castigo.


A gente não sabe o q fazer com essa história que acabou. Não cabe nas nossas gavetas. Não passa pela garganta.


Só sei que fica esse quadro em branco na nossa frente. Sem uma letra. Sem um titulo. Temos que criar uma história.


Vai passar. Semana q vem nem me lembrarei disso tudo. O Natal está aí. O Ano Novo baterá em minha porta, nos fogos de artifício, na minha taça de champanhe.


E eu vou superar. Eu vou ser sábia. Eu vou entender. Eu vou rezar. Vou enviar os melhores pensamentos. Vou querer que todos sejam felizes. Não haverá espaços pra saudades, rancores ou qualquer sentimento pequeno. Não mais.


Vou evoluir.

E vou lembrar. Sem dor, Com amor.

Sempre.





terça-feira, 30 de outubro de 2012

Terra chamando!!!!

Alô Alô Marciano!!!

Eu tenho esse blog já tem um tempo. Ele deve ter uns 5 anos. Uma criança praticamente. Ou se contar conforme a idade dos cães, bem... ele deve estar para idoso. Como não dá para se medir o tempo na internet... ou será q dá? Não sei quanto valem esses anos para um espaço em que o tempo de conexão para uns é um piscar de olhos. Tudo isso me surpreende na internet e talvez seja por isso q eu vivo fascinada com as novas tecnologias. Coisas q Madame Zwarg colocou na minha cachola.

Confesso q há vezes em q eu sumo do blog. Ou estou sem tempo ou sem assunto. Na realidade mais sem tempo. Assunto a gente inventa. O sr. Tempo é quem me domina. Enquanto eu for sua escrava parte da minha infelicidade é sua culpa.

Fuçando nas configurações do meu blog eu comecei a ver e me interessar quem me lê. Olhando o mapa mundi eu me admirei em ver que fora do Brasil tem gente q me lê. Indo mais a fundo descobri que tenho leitor(es) na Rússia, acreditam??? E tem um ser humano da Letônia tb, não digam q isso eh coisa phyna minha gente?

E a curiosidade bateu mais forte. São brasileiros? Amigos que foram embora? De repente eles são meus fãs e quem sabe ganho até uma estada na casa deles, em troca de versos e prosas. Tem uma pessoa do Canadá, que é a Madame Zwarg supracitada, e tem uma pessoa dos EUA. Dizem que a curiosidade matou o gato. E eu estou quase com o pé em um crime ambiental só pra saber quem sao essas pessoas.

Passei tanto tempo da minha vida escrevendo em cadernos, diários e cartas dividindo com um mínimo de pessoas meus versos e prosas que passou pela minha cabeça que ao ter um blog eu estaria vagando sozinha na internet tb. Afinal, eu apenas posto. Alguns amigos comentam e tem gente q nem comenta (vamos tratar de dar um oizinho aih embaixo galera), mas nunca fiz disso uma obrigação ou bater o ponto, apesar de ser um oficio da minha alma.

A tds vcs q me lêem e me acompanham saibam que agradeço cada caracter, cada clic que vcs destinam a mim e ao meu blog. Nunca se esqueçam: mi casa és tu casa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bel Far Niente




Significado: Não fazer nada. Aprendi com a escritora Elizabeth Gilbert autora do livro Comer, Rezar e Amar. Em um ano sabático ela vai para Itália, Índia e Indonésia em busca da realização dos três verbos. E consegue. Mas é na Itália que ela descobre q arte Bel far niente é a beleza de não se fazer nada.

A beleza de não fazer nada é o objetivo de todo nosso trabalho, a realização final pela qual se recebem os mais calorosos elogios. Quanto maior a elegância e o deleite com os quais vc conseguir não fazer nada, maior a conquista na vida. página 70.

Isso para nós do lado de cá do oceano se chama PRAZER. E para quem é adulto ele vem acompanhado de CULPA. E eu estava preocupada com o dia do meu aniversário pq eu não sabia o q fazer com ele. O q fazer no dia. Reunir família ou amigos? Festar? Beber ???

Resolvi fazer o q eu queria. Como na empresa em q eu trabalho tenho direito a um dia de folga, pedi no dia do meu aniversário. Numa quinta-feira. Chamaram-me de louca porque eu deveria ter pedido na sexta só pra EMENDAR. Coisas de brasileiro. Eu não. Meu desejo esse ano era: não quero passar dentro do meu ambiente de trabalho o MEU dia.

Mas o q vc vai fazer ????

Acordei às nove. Fui para o salão me depilar às 10 da manhã. Almocei com meus pais. Voltei para fazer as unhas. Recebi ligações, sms, mensagens no whatsapp. Mensagens no Facebook. Comprei um rodo moderno em q vc não precisa pôr a mão pra extrair a água suja. Atravessei a cidade para comprá-lo. Dane-se, eu não vou mais acabar com o meu esmalte da semana por conta de atividades domésticas. Voltei pra casa, dei uma volta com a minha cachorra até ela cansar. Lavei a louça. Coloquei as roupas pra bater na máquina de lavar. Fiquei duas horas no celular com a minha prima.

Pra muita gente é programa de índio, mas pra eu conseguir passar o dia sem prestar contas dos meus minutos é um grande presente. Não levar desaforo de gente estranha uma vez ao ano é uma glória. Almoçar num tempo superior a 15 minutos é um luxo. Ando escravizada pelo tempo, mas hoje, no dia em q eu nasci libertei-me por 24h de todas as correntes que carrego pelo resto do ano.

E agora devo ir, porque uma folga dessas, só no ano q vem.




domingo, 21 de outubro de 2012

A dor de ser Mulher


Hj rolou uma daquelas epifanias, justa aquela q dá qdo vc está realizando a atividade mais banal do dia. Numa medida de economizar uns reais decidi por conta própria depilar a sobrancelha. De pinça e tesoura na mão decidi retirar apenas os pêlos extras, afinal, não sou nenhuma depiladora profissional e qualquer pêlo a mais significa um desenho um pouco estranho além de um olhar desconfigurado. Extraindo pêlo por pêlo de repente me dei conta que nenhuma mulher nessa vida não está salva da dor.

O que fazemos por nossa beleza, vaidade e estética não foge em nada de métodos medievais. Se for preciso sacrificar nosso corpo, ser mutilada ou matar alguém na rua, nós mulheres o fazemos. Primeiro nos enfeiamos para no final ficarmos bonitas. Colocamos papéis laminados de cozinha em nossos cabelos, o mesmo que usamos para assarmos carne, para fazermos mechas que nos darão auto estima.

Se tivermos q viver a base de água, sopa e shake para entrarmos em um vestido de festa: YES, WE CAN. Entortamos o rosto a cada gole de chá verde sem nenhuma adoção de açúcar e com mto gengibre para queimar a gordura. E se preciso for, sacrificamos até o último limite da conta corrente para pagarmos pacotes de drenagem linfática, corrente russa ou massagem modeladora, tudo em nome do corpo, #Amém.

E vos digo, meus queridos e queridas, não passamos por todos esses procedimentos estéticos sem sentir dor. Na verdade para mulher chegar ao final de cada estágio da vida não há nada que não seja pela dor. Raríssimas são as mulheres que nada sentem porque a maioria, ah sim, sentem cada desconforto. Primeira menstruação, primeira experiência com a cera depilatória, cólicas, puxa puxa de escova. Colorir cabelos, puxá-los com agulha de crochet  para fazer luzes. Coisas que até Deus duvida.

Eu ainda não cheguei na fase radical, quando o facão entra em cena. Lipoaspiração, cirurgia plástica, arranca uma costela, coloca grampos no estômago. Resolve ser mãe e não importa se é parto normal ou cesária, aonde houver uma mulher haverá uma dor. Física ou emocional.

O que mais me impressiona não é a mulher ter a sina de viver na dor, mas como a enfrenta. Se preciso for arrancar um membro ou se sacrificar por alguém, ela o fará. É como se vencer a dor fosse o prêmio pela resistência. Aguentou? Aki está sua recompensa. Sobreviver é muito feminino. 


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sobre despedidas, tchaus e adeus...



Para ler ouvindo: 



Esse ano está sendo Hardcore. Uma montanha-russa. Para kd dor uma alegria e para cada sorriso um pranto. Altos e Baixos. Não é reclamação, é observação. Quando eu acho que td está pronto ou estagnado, a roda da fortuna gira sentido anti-horário e quando percebo não estou mais onde estou.

Infelizmente nesse ano tive um grande dissabor. Estávamos tds grávidos. Esperando o primeiro neto, primeiro sobrinho, primeiro filho da minha concunhada. A cada mês eu comprava um pacote de fraldas. Ela me mandava sms contando como eles acordavam. Contávamos os dias para ver a carinha do Murilo, que carinhosamente apelidei como Mumu, docinho de leite, como se diz no Rio Grande do Sul.

No nono mês de gestação o perdemos. O primeiro momento foi de um desespero sem fim. Acordamos chorando. Chorávamos em lembrar. Chorávamos por estar longe. A cada telefonema uma notícia, nunca boa. Acompanhávamos como quem acompanha novela. Foram dias de capítulos. Nós aqui, sem podermos fazer nada. A não ser orar e pedir.

Depois do desespero veio a pergunta: Por que? Podemos encontrar respostas em laudos médicos, em exames, em certidão de óbito, mas para nossa alma nada disso nos aquieta. A cicatriz se cura, mas a ferida no espírito é uma dor latente. O remédio engana o corpo, mas a saudade e a tristeza não nos permitem que sigamos.

A vida do Murilo durou 9 meses. Tempo exato para que ele mostrasse que sim, somos uma família. Alegramo-nos com sua vinda assim como permanecemos juntos na sua despedida. Esse ser, que nem tocou a Terra teve muitas missões em uma única existência. Mostrou o tumor que sua mãe carregava, provou que estávamos prontos para recebê-lo, mas especialmente o Mumu me fez sentir pela primeira vez parte dessa família. Isso jamais vou esquecer.

Às vezes dura-se ou duramos como se deve durar. Para alguns se dura anos, para outros meses. Dura-se como dura uma estação. Depende da semente que deixamos ou das folhas secas que produzimos. Quero ser flor na vida dos outros. Ser primavera, ser verão. Ser sol. E quando houver chuva ou frio que eu tenha sabedoria e paciência para encará-los.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Velho mundo novo digital

Para ler ouvindo Vanguart


 Cacarecos na rede. Coisa de gente nerd. Já tive de tudo. Icq, mirc, nicknames, chat, zaz, msn q perdi a senha. Fotoblog nem acesso mais. Blog q começou e depois mudou de dono. Blog atual q vou levando conforme a inspiração me permite. Sigo. Sempre on line. Primeiro computador, internet discada, ADSL, computador mais novo. Tela gigante, tela LCD, Laptop, Apple fan. Vamos atualizar o Windows, meu amigo e o santo antivirus q nao pode faltar. Amigos virtuais q fiz, conheci e adicionei na vida pessoal. Amores platônicos on line q passaram para esse plano. Muitas trocas de e-mails, mtas madrugadas rindo, chorando e conversando. 

Perdi as contas das musicas q baixei, das formatações necessárias e q me deixaram triste porque arquivos se perderam, fotos se foram, mas o q importa eh sobreviver aos spams da vida. (on line, eh claro). De repente era possível ver vídeos instantaneamente, baixar os filmes cult. De repente orkut e pra essa rede era preciso ter convite, q engraçado hj eh coisa de derrotado, fino mesmo era o começo do facebook, td em inglês, já pra dar uma peneirada na classe c do mundo da internet, mas popularizaram a internet e até quem escreve errado, tah amarrado! Deixo como bloqueado.  Antes a gente se apresentava por comunidades e agora apenas curtimos. E pior fingimos ser felizes. De fato tem gente mais rica e mais cool do que vc. #fato. 



Mas tem gente q se antes se exibia por fotos na balada, nas ferias ou com os amigos com um copo de cerveja, hj fica compartilhando frases feitas, sem criatividade, sem originalidade. Como na revolução industrial, apenas replicamos, no mas. Vivi a internet 3G q de fato me permitiu uma mobilidade, mas nao dava para bx vídeos. Uma epoca me apertei financeiramente e me joguei na internet via radio, parcelas fixas, ok, porém qdo chovia eu ficava off. Totalmente. Mas o pior nao foram só os crimes virtuais q passaram a surgir e o bicho homem tão inteligente ficou sem saber como fazer. Um código penal de 1940 e a gente fazendo compra  pela internet, sendo lesado, tendo a privacidade exposta sem autorização, pedofilia achou uma brecha e os estelionatarios acharam um mercado.  


 De repente até tua mãe decide ser uma pessoa on line. Nao basta cuidar da sua vida 24h, tem a ler as besteiras q passa na tua cabeça e ao menos ali vc poderia ser phoda, poderoso e nao o devorador de mingau no auge dos seus 30 anos.  E veio o iPod, iPhone, iPad, celular andróide, smartfone com aplicativos e a internet q ficava em nossas casas, entre quatro paredes, agora estava em nossas mãos literalmente. Para onde vamos, com um plano meia boca de qq operadora de celular, #tamojunto. Posso estar na roda de amigos presenciais e me comunicar com os demais. Ver os últimos posts, ver o q aquela vaca curtiu, pq estar on line eh estar em modus vigilandi. O Big Brother do nosso tempo nao sao as câmeras meus amigos, mas as redes sociais. E a nova onda eh dar check-in. Foursquare eh uma benção. Se um dia eu sumir, olhe minha ultima atualização. De repente posso ter virado picadinho. Agora ta na moda. As pessoas dizem "eu te amo", mas vou t esquartejar e dar para um pitbull comer, nao eh nada pessoal, eu tinha q votar em alguém e To indicando vc. Espero q vc volte, do fundo do meu coração, mas esse um milhão e meio eu nao divido com ninguém. 

 Eu ainda acho q nao vi o começo q td isso eh um rascunho. Quero ser uma vovó on line. Quero a meus netos me ensinem, quero rir vendo eles rirem de mim. Quero poder ver o alge da tecnologia, quero hologramas popularizados, quero minha casa funcionando por comando de voz. Quero ver nas ruas homens e maquinas. Quero ver homens metade carne metade metal. E será muito bom saber q usaremos td para o bem. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E como diria Vinícius de Moraes...


Hoje vou expor minha mágoa. Se for para a cura, que bom. Se não for, ao menos desabafei. E certamente irão me julgar, mas não ligo. Nesse mundo ninguém consegue agradar ninguém. Talvez seja essa a graça.

Meu digníssimo companheiro fez uma viagem no último final de semana. Motivo? Trabalho. Na volta, todo empolgado com as novidades ele me conta que nessa feira em que ele foi ele conheceu a Helen Ganzarolli. Sim, aquela mulher deslumbrante que já foi assistente de palco do apresentador Gugu e que trabalha no programa Silvio Santos. Não só ele como  toda a ala masculina tirou fotos com a dita cuja. Óbvio. Pergunta pra mim se eu visse o Reinaldo Gianichini se eu não pediria uma foto? Ahã-hã.

Acontece que ele postou uma foto do amigo com a morena. Pensei comigo: - Owww ao menos ele me respeitou, né? Porque no ano passado ele postou uma foto com a ex-BBB Talula. De biquíni. Corpo escultural. Uma mulher que não tem barriga, mas abdômen. Uns quatro gomos, eu acho. Não gostei, mas como me lembrei que ela tinha o Rodrigão, enfim, pensei que ela não seria tão burra de fazer a troca. E o apelido Rodrigão deveria ter um propósito. Hehehe.

De manhã, o sr. Digníssimo dito cujo postou a foto dele com a senhorita-olhos-azuis-irritantes com a legenda BOM DIA. Se eu contar pra vocês, o que passou dentro de mim, talvez pense que seja histeria, sacanagem ou coisa do tipo. Eu fiquei puta da vida. Pensa numa pessoa puta da vida. Pensa numa pessoa que cada vez que lia os comentários no face ia ficando cada vez mais puta da vida. E assim estou até a presente hora.

Ahhh mas só é uma foto.... Ahhh mas ela é artista. DANE-SE. Minhas razões ultrapassam tudo isso. Para começo de conversar eu não estou linkada como uma pessoa que tem relacionamento com esse indivíduo. Antes eu tinha, de repente “sumiu”. Na realidade “alguém” deu um delete ou end ali. Nem preciso dizer quem. Para fim de conversa o Sr. Tirei-foto-com-a-gostosa não tira fotos comigo para postar no face. E isso foi determinante para minha raiva.

Muita pretensão minha achar que eu merecia uma foto de bom dia. Foi como um cidadão comentou: “Com uma mulher dessas tem que ser bom dia mesmo”. É pra jogar a auto estima no lixo. Incrível como eu, mulher de verdade sim senhor, diante do mercado sanguinário dos relacionamentos, reconhecer que eu não tenho valor. Queria ver a Helen Ganzarolli vir aqui em casa, limpar chão, fazer comida e colocar a máquina pra bater sem reclamar de nada. Quero vê-la enfrentar fila de supermercado às 18h e disputar o pegador de pão com os velhinhos ensandecidos.

Eu não vou omitir que chorei. De decepção. De saber que ela, sim, tem preferência nas fotos do facebook. Chorei por me achar uma idiota em querer fazer um dia dos namorados com direito a velinhas sem que pra nenhum cara eu havia feito. Chorei porque pra eu chegar no topo da beleza eu nunca mais comeria farinha branca na minha vida ou teria que ganhar na Mega Sena e pedir a um cirurgião corrigir tudo o que Deus fez.

Realmente, Vinícius de Moraes estava correto: beleza é sim fundamental.





sábado, 16 de junho de 2012

Saudades tamanho Plus Size


Já é tarde, mas não muito tarde para escrever. Não adianta, sou notívaga, morcega, coruja. Bicho da noite. Só me reconheço quando entra a madrugada e todos os pensamentos e lembranças vem até a mim. Antes disso sou confusão, tontura. Emaranhado, nós após nós. Nada de claro ou de concreto, eu não me enxergo e me perco. Mas não, não, quando chega a noite.

Mas hj, agora, vou falar de saudades. Estou cheia, inundada de saudades. Saudades de coisas, pessoas e bichos. Saudades. Saudades do tamanho plus size. Saudades de gente que ainda dá tempo para ver, mas também de gente que está muito longe ou muito ocupada.

Nanna
Saudades eu também sinto de mim mesma. De quando eu era uma pessoa com mais tempo para mim. Saudades de quando eu era mais impulsiva, mais platônica, mais egoísta. Quando eu lia quando queria, dançava, cantava e escrevia. Quando eu era mais Nanna. Quando eu não abandonava as letras porque elas eram minhas melhores amigas.

Saudades de amigas. De gente que eu via todos os dias. Gente de colégio, de faculdade, gente da vida. Gente interessante, que cabia na minha história. O tempo passa e a gente se afasta e só depois se pergunta o porquê.

Saudades de cheiros de lugares, de sabores, de olhares. Saudades que me deixa triste, realizada e chorona. Saudades da Cibele, da Letícia, da Luluda, do Arnaldo e do Renato.

Saudades do frio do Paraná, dos dias em Minas Gerais, das areias de Santa Catarina, do sol do Rio de Janeiro.

Saudades do café da faculdade, de trocar uma idéia com a Ana Laura, de conversar com a Malu, de rir com o Purfa. Saudades de gente inteligente como a Cláudia Zwarg, Beth Bilange, Iuri. Saudades da vida de jornalista, de tv e de fotografia. De ler o novo e sentir o impacto.

Saudades das baladas rock’n’roll com a Isabela e Mariana. De festas e shows furados, de filmes alugados e outros que eu penso que somente nós vimos.

Saudades que assombram, que me lembra e me faz acreditar que eu experimentei porque o meu maior medo era morrer sem ter vivido.

Dá vontade de pegar todas essas pessoas, esses momentos, esses anos e abraçar, tudo de uma vez só e beijá-los um por um. Só para agradecer. Só para dizer que eu fui feliz e que hoje, de fora e já adulta posso dizer que foi tudo lindo.

Minha grande pergunta é: do que eu sentirei saudades daqui uns dez anos?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Black Sunday

Nesse último domingo eu passei por uma frustação. Com o tempo vou aprendendo a lidar. Eu não passei na primeira fase do exame da OAB. Eu até estava preparada para uma reprovação porque eu estava ciente de que há anos eu estava longe dos bancos acadêmicos e que esse ano voltei a estudar e que essa era minha primeira prova. Mas quando você quer muito mudar profissionalmente qualquer Não te derruba.

Eu chorei. Não de maneira histérica, mas chorei pela derrota. Chorei porque eu não estava competindo com ninguém. Eu não estava tirando a vaga de ninguém. Era eu contra meus medos, meu nervosismo. Era eu comigo mesma naquela prova. Era o Agora ou Nunca. Era o meu alvará pessoal. Depositei nessa prova toda a mudança que eu desejo na minha vida. E perdi.

Mesmo depois disso, eu não pensei em jogar tudo pro alto em um momento de revolta. Se eu dei conta de terminar meu curso de Direito e encarar um curso de preparação para a OAB noturno, por que eu não aguentaria recomeçar e me dedicar ainda mais? Não é o fim do mundo, melhor, é como carnaval: todos os anos tem. Em contrapartida, fiquei feliz em saber que alguns colegas conseguiram passar na primeira fase e que estão no meio do caminho, faltando pouco para o sucesso. São colegas que não conseguiram passar na primeira vez e que por esforço próprio estão quase lá.

O que me conforta é que para o meu problema eu tenho uma segunda chance. Tem gente que não. O que me consola é que o meu problema se torna minúsculo perto de tanta coisa ruim que acontece com os outros. A minha tristeza se reduz a pó perto de um pai que sepulta seu filho de dois anos, como aconteceu hoje. E seria muita prepotência minha achar que eu tenho prioridade na fila da tristeza. Não é bem assim. A gente precisa aprender não somente com o erro alheio, mas também com a dor do próximo. É aí que vemos que não há rochas no nosso caminho, apenas pedras, passíveis de serem superadas. Não é uma questão de diminuir a minha dor, mas de me compadecer e reconhecer que há uma grande diferença entre tragédia e tristeza.

Por isso, por hoje eu preferi me calar e parar de chorar. A gente vai vendo que independente do que aconteça, a vida segue. As contas vencem, alguém estará fazendo aniversário hoje, uma ambulância passa ao lado do teu carro em alta velocidade e vc se dá conta que graças a Deus não é vc que está ali dentro e nenhum ente querido que está lá. Podemos permitir nosso coração ficar de luto, mas não podemos desistir das nossas lutas. E eu não sou uma pessoa que desiste fácil. Não consigo lutar contra mim. Ainda que minha relação com o Direito seja Agridoce. Não foi dessa vez. Não foi agora. Mas uma hora vai ser. Recolho todos os meus Nãos para trocá-los pro um Sim.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Inventário da minha Velhice

Eu não tenho medo de ficar velha. Não tenho medo da velhice. Rugas virão. Eu perderei um pouco da minha memória. Vou tornar-me repetitiva. Contar a mesma história 5 vezes como meus avós faziam. Mas há algo que eu não quero perder quando eu ficar velha: a vontade de seguir e de viver.

Eu não me importo de não ter uma aposentadoria gorda se vc me garantir que eu terei saúde. Quero ser uma velha assanhada, não daquelas que cantam os menininhos, mas quero ser aquela que vai ao baile da terceira idade com o vestido mais bonito do armário de batom e unhas vermelhas.

Eu vou viajar. Muito. Vou pra Balneário Camboriú de ônibus com outras amigas e vou parcelar em 10 vezes. Levarei minha caixinha de remédios numa nécessaire fashion. Aprenderei novas tecnologias com meus netos. Vou fazer o meu tempo porque não saberei quanto tempo terei mesmo.

Eu vou fazer esportes. Entrarei pro clube da caminhada. Farei tai chi chuan no final da tarde. Assistirei todas as peças de teatro e não sairei do cinema. Encherei a boca pra dizer que tenho 65 anos e quero o meu desconto. Não negarei nada que me idade me permita. Ainda que eu não ande de ônibus, vou fazer a carterinha.

Pegarei a senha preferencial e danem-se as caras feias. Vou à noite da seresta, mesmo que eu nem saiba quem é o artista. Irei mais ao salão de beleza do que os consultórios médicos. Tomarei o meu remédio para os ossos para não perder nenhum baile. Tomarei o meu remédio para pressão para não incomodar meus filhos. Usarei óculos de grau, mas coloridos, modernos, chiquérrimos.

Continuarei chamando o meu gaúcho de meu gato. Vou lembrar do nosso passado e planejar nosso futuro. Mesmo de muletas, mesmo com a coluna travada. Talvez ele fique ranzinza, um pouco esquecido, mas que ele seja engraçado. Sempre.

Eu quero o alfa-beta-gama. Começo meio fim. Quero cumprir o meu propósito. Nascer, viver, morrer. E se eu puder não morrer enquanto estiver viva, se eu puder não me matar por dentro quando eu estiver de cabelos brancos, se eu puder ver vida ainda nas mãos enrugadas, aí sim, eu poderei dizer: Eu vivi e agora eu posso partir. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Raspas e Restos me interessam

                                                                                                                                       Para Renato
                                                                                                                   Para Ler ouvindo Cazuza.


Foi de um momento besta, cotidiano e rotina. Eu estava grelhando um frango e quando me dei conta eu estava raspando aquele restinho que fica. Notei que estava mais saboroso que a própria carne. Havia caldo, havia sabor. E me questionei o porquê do ser humano ser assim, tem o todo, mas quer o que fica. Não tem explicação.

Nesse mesmo período em que eu fiquei com essa crônica engasgada, vi um clipe da cantora pop Rihanna da música We found Love em que ela recita que ela gostaria que todas as coisas ruins de volta do relacionamento para poder ter as boas também. De fato, o ser humano é assim.

Tem gente que ressuscita namoro, corre para agenda do celular para ter de volta uma pessoa que não foi tão importante, mas foi uma opção. Juntam-se os cacos na vã tentativa de recriar o copo, um vaso, uma história. Cola, passa durex, fita crepe. Não adianta. Faltam pedaços, falta corpo, sempre vai haver vazios e lacunas.

Talvez, para sobreviver a esses vazios, optamos pelas raspas e restos. Sorvemos tudo a que temos direito. Ao amor, a paixão, a desilusão, a indiferença, a raiva. Agarramos a tudo para não deixar para o próximo. Fazemos nosso próprio inventário. Velamos nossos últimos namoros.

Não vou mentir que gosto de raspar o finalzinho da panela de arroz. Todas as vezes que fazemos isso é pelo motivo de o arroz estar gostoso, mas tão gostoso que é difícil de acreditar que acabou. Logo, a gente corre para a panela, pega a colher e raspa. Lambe os beiços e faz escondido, pra não dividir com ninguém.

Não somos diferentes nas nossas vidas. Quando gostamos somos egoístas da mesma maneira. Até quando perdemos agimos assim. Se não é possível ficar com o todo, que sejamos herdeiros das reminiscências... das migalhas. Porque o que fica é uma mistura de um pouco de nós com o do outro.

E eu quero a minha parte. Minha fatia, minha parcela, meu quinhão.