quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se um dia eu for embora...

Pessoas e amigos q me conhecem sabem. Não gosto de Campo Grande. Não me classifico como um ser naturalmente e genuinamente daki. Não suporto calor, não gosto de música sertaneja e quase morro de tédio pq nunca (digo quase sempre nunca) tem programas q eu gosto. Já faz um tempo q tento ir embora, mas sempre dá um zica e eu não consigo. Ainda não perdi as esperanças. Mas no dia em que eu for embora e alguém me perguntar do q eu sentirei mais falta dizer-vos-ei q sentirei falta das Araras.

Para um ser humano q se define o mais urbano possível, para mim, não existe cena mais linda do q estar dirigindo pela cidade de manhã e do nada vc ouvir aquela gritaria q vem lá de cima. Mata qualquer mau humor. Impossível não olhar e ver akeles animais coloridos q rasgam o azul do céu. Melhor ainda é depois de um dia cheio de aborrecimentos e lá pelas cinco e pouco da tarde elas passarem voando sobre ti. Sem saber, elas lavam a minha alma.

Meu pai é um grande cara e ele entende mto de animais. O q eu sei, aprendi com ele. Uma vez ele me disse q araras andam em par. Sempre em casal. E é verdade. Elas escolhem o seu companheiro e passam a vida com ele. Notei q arara q voa sozinha grita mais. Vai ver q é pra dizer pro outro q já está chegando em casa ou pode ser saudade. Ainda não decifrei.

Não sou fã de Campo Grande e Pantanal pra mim, só no mapa. Um dia eu vou embora e não vou poder fingir q não nasci aqui. Mas confesso q vai dar saudades de tomar um tereré ou encarar um sobá na feirona. Mas falta mesmo, vou sentir das araras porque beleza pra mim é conseguir unir urbano com a natureza.

3 comentários:

renz disse...

tb adoro ver o azul das araras no azul-cinzento do céu urbano!

Adriane Benevides disse...

E eis que encontrei araras brasileiras em cativeiro num zoo na Argentina. Verdes e amarelas: lindas e brasileiríssimas.

BAR DO BARDO disse...

Pensei numa ficção que tento escrever...

Romance

por Henrique Pimenta
Solidão, a minha, são dois poodles dormindo próximo. Um se recosta ao outro, fecham os olhinhos de sempre sono e. O mais velho, um senhor, chamo-o Pó, redução de Polaquinho, quando bebê, de Polaco, quando mocinho, e Polacão na situação em que se encontra há tempos, um senhor - como disse -, ou um cachorro velho. Os dois estão bastante sujos, mas é feriado nacional e o pet não trabalha. A casa também está bem suja, mas a diarista me pediu o dia. Penso, para quem já me deu tantos de seus dias, que mal em aproveitar o feriado.
Escuto o primeiro disco do Legião Urbana e percebo que mudanças ocorreram aqui. O óbvio deu as caras, que estou na metade do caminho, tributado, com uma filha maravilhosa adolescendo, vou fazer jornalismo ou propaganda e publicidade, papai? Um ventilador ligado direto. Teclando.
Campo Grande é uma cidade bonita, ainda repito “capital com ar de interior” para todos que perguntam. É também o cu do mundo, coisa que nunca cheguei a dizer, embora seja verdade. Um lugar que não consta no mapa do Brasil (Brasil?), num estado que precisa do reforço coral “do Suuuuul”. Ei, mas eu amo a cidade, o estado e o país, eu amo esses cuzinhos. Sou homem e só os homens sabem o quanto é difícil descolar o acepipes de um cuzinho de vez em quando. De vez em quando, e olhe lá!
Nada acontece.