sábado, 7 de julho de 2007

O Dia em que Descobri que tinha uma prima EMO..


Adolescente vive de fases e cada um busca um grupo com o qual se identifica mais para interagir. Na minha época, os grupos eram restritos. Existiam as “Patricinhas”, os “Baileiros” e os “Nerds”. As “Pattys” usavam roupas de marca, viviam arrumadas e iam a boates. Os “Baileiros” eram aqueles que ouviam música sertaneja e faziam questão de andar no estilo country; já os “Nerds” eram os excluídos e os esquisitos da turma. Hoje em dia, ser “Nerd” é ser inteligente. Eu cresci e muitos adolescentes tiveram novas fases: metal, skatista e por aí vai... a última do momento é ser EMO.

EMO é denominação de jovem “sensível’, ou seja, aquele que não reprime suas EMOções. São meninos que choram no meio do shopping porque de repente bateu uma tristeza. E suas amigas EMOS o consolam enquanto os meninos que não são EMOS assistem a tudo indignados com tanta “sensibilidade” à flor da pele



EMOS pintam os olhos de lápis preto, ouvem as músicas de bandas como Simple Plan, usam roupa preta e uma franja gigante que lhe cobre um dos olhos e pasme! Os meninos formam uma “rodinha” para beijar uns aos outros e acreditam que estão experimentando e não exercitando um comportamento homossexual. O mesmo vale para as meninas.

E no meio desse caos descobri que tenho uma prima EMO. Fiquei assustada, porém como toda jornalista que se preze fui apurar os fatos. Sim, ela ouve Simple Plan. Sim, ela usa roupa preta e sim, seus amigos ficam com meninos. Oh-Oh. Questionei à ela, uma guria de 13 anos de idade:

- Vc acha normal um menino ficar hoje com uma guria e amanhã com um guri? Isso não te dá um nó na cabeça?
E o que ganho de resposta?
- Se todas as pessoas ficassem com pessoas do mesmo sexo, no mundo, não existiria preconceito sexual.

Tive um ataque epilético na cadeira. Então quer dizer que eu, Nandra Laura, heterossexual convicta, tenho que ficar com uma mulher para que o preconceito sexual não exista? Abandonei minha imparcialidade e tratei de abrir os linhos olhinhos nipônicos de minha prima:

- Se todos ficassem com as pessoas do mesmo sexo para que houvesse paz entre os gêneros, então não haveria várias religiões, mas uma só já que todas pregam a mesma coisa que é rezar para um só Deus. Vamus fazer o seguinte, daqui por diante ou todo mundo é católico, mulçumano, evangélico ou espírita. Nada de opções para ninguém!

Pronto! Dei um nó na cabeça da garotinha. A graça da vida não está em uniformizar, mas em respeitar as diferenças alheias. É aprender a tolerar e não brincar com o sentimento alheio porque uma hora os seus amiguinhos terão que se decidir se brincarão de boneca ou de carrinho[1], já que a adolescência não dura a vida inteira.
Esses dias debutei em minha primeira festa EMO. Foi o aniversário dessa prima e por mais EMO que seja, em primeiro lugar vem a família.
- Prima, abra o presente e veja se vc vai gostar.
- Não acredito! O DVD do Simple Plan!!!

[1] Brincar de boneca ou de carrinho: escolher ser hetero ou homo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acaba que no final é só risada. hehe
Lembrei do Bonequinho de porcelana. hahaha

Beijos!!

Xandão disse...

uia uia
sou o primeiro!!!! =D
Tenho q bater palmas, pq o texto fico duka! E concordo tbm, como diria a coca-cola, viva as diferenças. Se ser igual fosse legal, ngm personaliza as coisas q tem não é verdade?
E td homem se chamaria Alexandre e toda mulher chamaria Nandra.
Individualidade RLZ!
Diferenças, cool!!!
=D