
terça-feira, 24 de julho de 2007
Chegadas e Partidas

sexta-feira, 20 de julho de 2007
Panda na área!
sábado, 7 de julho de 2007
O Dia em que Descobri que tinha uma prima EMO..

EMO é denominação de jovem “sensível’, ou seja, aquele que não reprime suas EMOções. São meninos que choram no meio do shopping porque de repente bateu uma tristeza. E suas amigas EMOS o consolam enquanto os meninos que não são EMOS assistem a tudo indignados com tanta “sensibilidade” à flor da pele
EMOS pintam os olhos de lápis preto, ouvem as músicas de bandas como Simple Plan, usam roupa preta e uma franja gigante que lhe cobre um dos olhos e pasme! Os meninos formam uma “rodinha” para beijar uns aos outros e acreditam que estão experimentando e não exercitando um comportamento homossexual. O mesmo vale para as meninas.
E no meio desse caos descobri que tenho uma prima EMO. Fiquei assustada, porém como toda jornalista que se preze fui apurar os fatos. Sim, ela ouve Simple Plan. Sim, ela usa roupa preta e sim, seus amigos ficam com meninos. Oh-Oh. Questionei à ela, uma guria de 13 anos de idade:
- Vc acha normal um menino ficar hoje com uma guria e amanhã com um guri? Isso não te dá um nó na cabeça?
E o que ganho de resposta?
- Se todas as pessoas ficassem com pessoas do mesmo sexo, no mundo, não existiria preconceito sexual.
Tive um ataque epilético na cadeira. Então quer dizer que eu, Nandra Laura, heterossexual convicta, tenho que ficar com uma mulher para que o preconceito sexual não exista? Abandonei minha imparcialidade e tratei de abrir os linhos olhinhos nipônicos de minha prima:
- Se todos ficassem com as pessoas do mesmo sexo para que houvesse paz entre os gêneros, então não haveria várias religiões, mas uma só já que todas pregam a mesma coisa que é rezar para um só Deus. Vamus fazer o seguinte, daqui por diante ou todo mundo é católico, mulçumano, evangélico ou espírita. Nada de opções para ninguém!
Pronto! Dei um nó na cabeça da garotinha. A graça da vida não está em uniformizar, mas em respeitar as diferenças alheias. É aprender a tolerar e não brincar com o sentimento alheio porque uma hora os seus amiguinhos terão que se decidir se brincarão de boneca ou de carrinho[1], já que a adolescência não dura a vida inteira.
Esses dias debutei em minha primeira festa EMO. Foi o aniversário dessa prima e por mais EMO que seja, em primeiro lugar vem a família.
- Prima, abra o presente e veja se vc vai gostar.
- Não acredito! O DVD do Simple Plan!!!
[1] Brincar de boneca ou de carrinho: escolher ser hetero ou homo.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Madè

Sem paciência para pessoas mal-educadas, sonolenta demais e aborrecida. Sim, estou tomando os remédios certinho. Ontem, por exemplo, tomei minuciosamente como o médico havia me recomendado (coisa que fiz pela primeira vez desde q ele mandou iniciar o tratamento com medicação nova, leia-se Março/2007). Depois do jantar, às sete, ingeri as droginhas lícitas e quando eram nove da noite estava eu babando no colo do meu namorado. Despertei hj, às oito da manhã, tão mal-humorada como se eu tivesse dormido às uma da manhã. Vai entender.
Tudo o que eu queria era que um meteoro caísse em Campo Grande, mas nada. Nem um sinal de poeira cósmica, só essa umidade do ar tri baixa horrorosa por sinal de fazer qualquer nariz sangrar. Saquei o jornal Correio do Estado que estava ao lado da poltrona da sala e pulei direto para o caderno B apesar de cultura naum ser uma coisa mto forte por essas cercanias.
Como sempre, Rafael Maldonado, curador do MIS (Museu da Imagem e do Som), tratou de atualizar –se e trouxe a Profª Dr.ª Maria Adélia Menegazzo para uma palestra sobre Arte Contemporânea. A professora foi à última Bienal de Veneza e Documenta de Kassel. Uma coisa é vc ler na revista Bravo! e se interar com as críticas acerca do tema ou até mesmo notícias. Se vc gosta de arte, acaba se satisfazendo com o que lhe é transmitido pela mídia. Outra coisa é vc conversar com quem foi e pode viver atmosfera do lugar e se impressionar com cada expressão de arte e relatar minuciosidades dispensadas pelos jornalistas.
Maria Adélia Menegazzo salvou meu dia e minha noite. Após nove anos nos bancos acadêmicos ficar em casa durante à noite tornou-se um martírio. Ligar a televisão nem pensar. Leio um livro ou uma revista. Saio para passear com a Baby. Repito: Não há mtas opções de cultura por aki. De repente, saber que alguém pode sair do meio do mato para ir à Veneza se embriagar de arte, me deu um sopro de esperança.
Emocionei-me tanto que me transportei mediante todas as fotos ilustradas. Visitei as salas pelas quais Menegazzo passou. Chorei quando ela narrou a história da artista francesa Sophie Calle. A “queridinha” dos franceses, recebeu duas ligações em 2006, uma convidando-a para participar da exposição e outra ligação, vinda do hospital em que sua mãe estava internada, informando-a q a mesma contava com apenas um mês de vida. Calle abre a exposição contando essa história e termina dizendo que sua mãe havia falado que não estaria lá para vê-la e Calle disse: - Ela está aqui. Não precisei ir até Veneza para me debulhar em lágrimas e sentir toda a emoção de uma mesma pessoa que viajou horas para se encontrar com esse mesmo arrepio na espinha.
Voltei para minha casa satisfeita como há dias naum me encontrava. Animada, como há semanas não me sentia e talvez, um pouco melhor. A droga que eu precisava não era as bolinhas que tomo todos os dias para dormir. A minha ansiedade, ou o que eu pedia, era uma remédio para a alma, uma pílula para o meu espírito.
Merci, Madè.