Hj rolou uma daquelas epifanias,
justa aquela q dá qdo vc está realizando a atividade mais banal do dia. Numa medida
de economizar uns reais decidi por conta própria depilar a sobrancelha. De pinça
e tesoura na mão decidi retirar apenas os pêlos extras, afinal, não sou nenhuma
depiladora profissional e qualquer pêlo a mais significa um desenho um pouco
estranho além de um olhar desconfigurado. Extraindo pêlo por pêlo de repente me
dei conta que nenhuma mulher nessa vida não está salva da dor.
O que fazemos por nossa beleza,
vaidade e estética não foge em nada de métodos medievais. Se for preciso
sacrificar nosso corpo, ser mutilada ou matar alguém na rua, nós mulheres o
fazemos. Primeiro nos enfeiamos para no final ficarmos bonitas. Colocamos papéis
laminados de cozinha em nossos cabelos, o mesmo que usamos para assarmos carne,
para fazermos mechas que nos darão auto estima.
Se tivermos q viver a base de água,
sopa e shake para entrarmos em um vestido de festa: YES, WE CAN. Entortamos o
rosto a cada gole de chá verde sem nenhuma adoção de açúcar e com mto gengibre para
queimar a gordura. E se preciso for, sacrificamos até o último limite da conta
corrente para pagarmos pacotes de drenagem linfática, corrente russa ou
massagem modeladora, tudo em nome do corpo, #Amém.
E vos digo, meus queridos e
queridas, não passamos por todos esses procedimentos estéticos sem sentir dor. Na
verdade para mulher chegar ao final de cada estágio da vida não há nada que não
seja pela dor. Raríssimas são as mulheres que nada sentem porque a maioria, ah
sim, sentem cada desconforto. Primeira menstruação, primeira experiência com a
cera depilatória, cólicas, puxa puxa de escova. Colorir cabelos, puxá-los com
agulha de crochet para fazer luzes. Coisas
que até Deus duvida.
Eu ainda não cheguei na fase
radical, quando o facão entra em cena. Lipoaspiração, cirurgia plástica,
arranca uma costela, coloca grampos no estômago. Resolve ser mãe e não importa
se é parto normal ou cesária, aonde houver uma mulher haverá uma dor. Física ou
emocional.
O que mais me impressiona não é a
mulher ter a sina de viver na dor, mas como a enfrenta. Se preciso for arrancar
um membro ou se sacrificar por alguém, ela o fará. É como se vencer a dor fosse
o prêmio pela resistência. Aguentou? Aki está sua recompensa. Sobreviver é
muito feminino.
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