domingo, 21 de outubro de 2012

A dor de ser Mulher


Hj rolou uma daquelas epifanias, justa aquela q dá qdo vc está realizando a atividade mais banal do dia. Numa medida de economizar uns reais decidi por conta própria depilar a sobrancelha. De pinça e tesoura na mão decidi retirar apenas os pêlos extras, afinal, não sou nenhuma depiladora profissional e qualquer pêlo a mais significa um desenho um pouco estranho além de um olhar desconfigurado. Extraindo pêlo por pêlo de repente me dei conta que nenhuma mulher nessa vida não está salva da dor.

O que fazemos por nossa beleza, vaidade e estética não foge em nada de métodos medievais. Se for preciso sacrificar nosso corpo, ser mutilada ou matar alguém na rua, nós mulheres o fazemos. Primeiro nos enfeiamos para no final ficarmos bonitas. Colocamos papéis laminados de cozinha em nossos cabelos, o mesmo que usamos para assarmos carne, para fazermos mechas que nos darão auto estima.

Se tivermos q viver a base de água, sopa e shake para entrarmos em um vestido de festa: YES, WE CAN. Entortamos o rosto a cada gole de chá verde sem nenhuma adoção de açúcar e com mto gengibre para queimar a gordura. E se preciso for, sacrificamos até o último limite da conta corrente para pagarmos pacotes de drenagem linfática, corrente russa ou massagem modeladora, tudo em nome do corpo, #Amém.

E vos digo, meus queridos e queridas, não passamos por todos esses procedimentos estéticos sem sentir dor. Na verdade para mulher chegar ao final de cada estágio da vida não há nada que não seja pela dor. Raríssimas são as mulheres que nada sentem porque a maioria, ah sim, sentem cada desconforto. Primeira menstruação, primeira experiência com a cera depilatória, cólicas, puxa puxa de escova. Colorir cabelos, puxá-los com agulha de crochet  para fazer luzes. Coisas que até Deus duvida.

Eu ainda não cheguei na fase radical, quando o facão entra em cena. Lipoaspiração, cirurgia plástica, arranca uma costela, coloca grampos no estômago. Resolve ser mãe e não importa se é parto normal ou cesária, aonde houver uma mulher haverá uma dor. Física ou emocional.

O que mais me impressiona não é a mulher ter a sina de viver na dor, mas como a enfrenta. Se preciso for arrancar um membro ou se sacrificar por alguém, ela o fará. É como se vencer a dor fosse o prêmio pela resistência. Aguentou? Aki está sua recompensa. Sobreviver é muito feminino. 


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